Há quem corra ao redor do quarteirão, da lagoa, do parque ou apenas sobre a esteira da academia. Alguns mais ousados preferem atravessar a cidade em uma supermaratona.
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O Revezamento Volta à Ilha, realizado hoje em Florianópolis, rompe com a ideia simples de circuitos e possibilita uma volta completa à Ilha de Santa Catarina.
Serão 3,7 mil atletas que desde as primeiras horas do dia superarão asfalto, calçamento, trilhas, pedras e areia em um percurso de 140 quilômetros, numa competição que transforma a corrida em um esporte de equipe.
– No revezamento, não é só o desempenho individual. Há um espírito de time em que todos se puxam para ajudar o grupo – define Heleno Ribeiro, 40 anos, coordenador e treinador da equipe Sesi/HF uma das favoritas na categoria Aberta Mista e integrante da equipe HF, também de Belo Horizonte.
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O grupo mineiro está empolgado e confiante quanto à prova, que desperta interesse pela diversidade de terrenos, estilo de disputa em equipes e favorece a integração entre os colegas. Contente por estar ao lado do mar, João Bosco Vilaça, 41 anos, assume o gosto pelo litoral.
– Sabe como é mineiro: não tem praia. Correr ao lado do mar, com essa paisagem é maravilhoso.
Mas não basta ter motivação, preparo e união. O desafio de uma competição de alto nível e grande como o Volta à Ilha começa muito antes da hora de se vestir e correr. Envolve economia, logística e organização. As equipes precisam reservar hotéis, organizar alimentação e isotônicos, alugar veículos para assessorar os atletas durante a prova. Trabalho que demanda tempo e gera custos.
– Esse ano temos um orçamento de R$ 50 mil para duas equipes. São cerca de R$ 15 mil apenas para o fim de semana da prova. Só no aluguel de duas vans, um carro e uma moto são R$ 5 mil – estima Edoir Schmoeller, coordenador da equipe catarinense Beckhauser Malhas, campeã das duas últimas edições.
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Correria começa no saguão do hotel
O hotel oficial da competição é o Majestic Palace há sete anos, na Beira-Mar Norte. O prédio fica a poucos metros do local de largada e chegada, e reserva 180 apartamentos para o evento, 70% da ocupação. O saguão é quase uma prévia da prova, correria para todo o lado. Malas coloridas com alusões ao esporte são levadas de carrinho aos elevadores, e atletas chegam a todo o instante com compras no mercado: frutas, água e isotônico.
– Para esse ano, durante o fim de semana da prova, estimamos um aumento em 20% da ocupação normal da rede hoteleira de Florianópolis. O mais importante é que quem vem para correr e gosta, volta com a família para fazer turismo no Estado – projeta João Eduardo Amaral Moritz, presidente da Câmera Empresarial de Turismo da Fecomércio -SC.
Outros estabelecimentos da região também desenvolveram programações especiais para atender os atletas da prova. O Hotel Ibis, onde a equipe Beckhauser Malhas ficará hospedada, oferece café da manhã de acordo com a dieta dos hóspedes, a partir das 4h da manhã. Agências de turismo também ficam atentas ao evento e vendem serviços de logística para aluguel de veículos e kits de alimentação com barras de cereais, sanduíches, bebidas e frutas. A Amplestur vendeu 372 kits nesse ano, ao custo de R$ 90 cada.
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– O Volta à Ilha representa 60% da movimentação financeira do mês de abril – garante Vilmar Zunino, diretor do agência.
? Acompanhe a prova ao vivo a partir da largada às 4h