O domingo foi de muita atividade física e superação dos próprios limites para cerca de 1,2 corredores que participaram da Corrida de Natal de Blumenau. A largada ocorreu às 19h em frente ao Shopping Park Europeu e motivou praticantes como Leandro Ribeiro, 35 anos. No último ano, ele perdeu peso, ganhou saúde e uma nova paixão. Participou de duas maratonas e, nesse domingo, acompanhou os participantes de sua equipe de corrida. Com menos tempo de pista – cerca de três meses -, o economista Luiz Guilherme Depiné, 24 anos, aproveitou a Corrida de Natal como primeira oportunidade para percorrer cinco quilômetros. Foi incentivado pelos colegas de treino e se preparou para cumprir bem o trajeto da primeira prova.
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A chuva decidiu roubar a cena minutos antes da largada, mas foi incapaz de esfriar os ânimos dos inscritos. Isso porque as motivações que os impulsionam são grandes, fortes, nobres. Suelen Hort Gripa, moradora do Progresso, por exemplo, corre pelo pequeno Artur. Com 4 anos e com paralisia cerebral, ele participou da quinta corrida com a mãe. Ela o conduz em uma cadeira adaptada, mas no fundo é ele quem a move.
– Ele adora, não gosta é de ficar parado – confirma.
Prova atrai corredores de diversas partes do país
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A Corrida de Natal de Blumenau, que neste ano registrou o maior número de inscritos, não incentiva só moradores do Vale a correr. Muitos moradores de outras cidades e regiões unem o turismo à prática esportiva e vêm a Blumenau para acumular quilometragens em trajetos germânicos.
Esta é a situação do casal Alice, 59 anos, e Jorge Kruger, 60. Eles correm juntos há três anos e já passaram “correndo” por diversos lugares. Alice conta que participar da Corrida de Natal de Blumenau era um desejo que já havia sido adiado por dois anos e que em 2016 ela conseguiu encaixar na agenda de corridas da dupla. Eles começaram a praticar o exercício por orientação médica e a determinação era para caminhadas, mas quando a corrida chegou não teve jeito:
– Nesse tempo eu já fiz uma meia maratona e o Jorge já correu uma maratona (a de Pomerode). Depois que começa não tem como parar de correr.
O casal saiu de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), de madrugada. A primeira parada foi em Joinville, onde Alice correu uma prova de cinco quilômetros “para aquecer”. Depois o casal seguiu para Blumenau, para a segunda corrida do dia. Quando conversou com a reportagem na sexta-feira, o desejo de Alice era conseguir passear um pouco pela cidade.
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– Já estive outras vezes em Blumenau, mas nunca consegui conhecer a cidade, sempre foi muito rápido. Estamos tentando conseguir um lugar para ficar até segunda-feira, aí dá mais tempo de passear – disse, destacando que o sonho é poder viajar e conhecer diversos lugares correndo:
– A gente gostaria muito, mas é difícil, não temos condições. Eu queria muito ir a uma corrida fora (do país).
Foco na disputa
Outra corredora viajante é a paulista Josefa Severina da Silva, 70 anos. Corredora há 14 anos, ela foi motivada por uma das provas mais conhecidas do país, a São Silvestre:
– Eles passavam aqui na frente da minha casa e eu achava aquilo muito legal, adoro corrida. Então, quando eu me aposentei, comecei a correr.
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Porém, diferente de Alice, que deseja aliar turismo ao esporte, Josefa é totalmente focada na corrida. Também correu duas provas no mesmo fim de semana, mas em dias alternados. No sábado à noite fez uma prova em Balneário Camboriú. Descansou e seguiu ontem para Blumenau e logo em seguida pegou o caminho de volta para casa.
– Corredor é assim, minha filha, sempre focada na corrida, na prova, não interessa se é asfalto, terra, areia. Às vezes tem corrida que é na praia e me perguntam: “Então, como era lá?”, e eu só respondo: “Ih, nem vi nada”! – conta.
O vendedor Matheus Felipe Ferreira Da Silva, 22 anos, também vem a Blumenau pela primeira vez para correr. Acompanhado dos amigos Jair Elias de Souza, que já esteve na Corrida de Natal, e Ricardo Stupp Santos, ele também vem focado na corrida. O trio saiu de Santa Cecília, no Oeste catarinense, bem cedinho para chegar à tempo para a prova, e veio sem saber muito sobre a cidade.
– Não sabemos se vai dar para passear, nem pensamos muito no que fazer, vamos com o objetivo de concluir a corrida mesmo.
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