Você pagaria R$ 372 mil de aluguel por ano em um imóvel no Centro de Blumenau se tivesse um local próprio? A resposta negativa parece óbvia, mas é o oposto do que ocorre com o novo prédio dos Correios, na esquina das ruas Curt Hering e Padre Jacobs. A construção de três andares e 1,6 mil metros quadrados, que iniciou em agosto de 2008, está aparentemente pronta desde o ano passado, porém fechada devido a um impasse entre a construtora e a estatal. Enquanto isso, a agência central continua funcionando na Rua Ângelo Dias, em prédio alugado por R$ 31 mil mensais, conforme informa o portal da transparência dos Correios.

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Na estrutura nova, pelas janelas é possível ver móveis ainda envolvidos em plásticos, ar condicionado central e placas de indicação para orientar os clientes. Uma escada de madeira parada em uma das salas dá a impressão de que ainda há reparos a fazer, mas o prédio vazio dá mostra de que o lugar não passa de um espaço fantasma. Do lado de fora, o reboco das escadas está carunchado e o mato cresce entre as lajotas da calçada.

Vizinho da agência, o comerciante Carlos Alberto Willrich lamenta o descaso:

– É um desperdício de dinheiro. Está aí parado, em pleno Centro.

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Para os empresários Wilson Loos e Manoel Borba Neto, que também acompanharam a construção do prédio, a estrutura fechada é vergonhosa para os Correios.

– Já mudaram algumas vezes a data de inauguração e até agora nada. Enquanto isso, na outra agência há pouco estacionamento e o prédio é antigo demais – lamenta Loos.

Desentendimento entre estatal e construtora causa novo atraso

Por telefone, o assessor de comunicação dos Correios, Genésio Silva, disse que o problema da abertura da nova agência ocorreu devido ao desentendimento entre a estatal e a Construtora Viseu, responsável pela obra. Segundo ele, em razão de um problema no solo – que era incompatível com o primeiro projeto e cedeu durante as obras – não foi possível instalar o reservatório de captação de água da chuva no subsolo.

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A obra parou, o projeto precisou ser modificado e a empresa responsável pela execução do serviço pediu um reajuste no valor do contrato, em decorrência do tempo que a obra ficou parada e das modificações feitas. O aditivo no contrato está sendo analisado pela área jurídica dos Correios em Brasília. A assessoria de comunicação não soube informar desde que data a obra está parada.

– Isso gera desgaste, inclusive para a imagem dos Correios, além de gastos com o aluguel. É de interesse abrir o lugar, mas o que atrapalha é a burocracia, pois somos uma empresa pública e só podemos fazer o que prevê a lei – diz Silva.

O novo projeto está pronto, mas não há previsão para que a obra recomece devido à análise do reajuste. Ainda estão pendentes a instalação do reservatório de captação de água na parte externa do prédio _ próximo à garagem -, ajustes no encanamento, pintura e revisão. Silva garante que a conclusão será ainda em 2012:

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– Com toda a certeza entregaremos a nova sede antes da Oktoberfest.