Papelão, arame, cano de PVC, isopor, rodinhas e até um balde. Com tudo isso, e muita criatividade, o empresário Roberto Gandolfo Sarli Junior montou a fantasia que irá usar na corrida de São Silvestre desse ano: um tanque de guerra, segunde ele, da guerra contra a corrupção.

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Há 27 anos, Sarli participa da corrida fantasiado de alguma notícia importante do ano. Em 2010, a escolha definitiva ocorreu somente um mês antes da corrida.

– Eu e meu irmão Renato, que corre comigo, tínhamos pensado em fazer algo sobre os mineiros soterrados no Chile, que impressionou o mundo. Ou sobre a greve nos aeroportos, caso ela ocorresse, ou algo do Meio Ambiente – explica Sarli.

Mas a invasão de um tanque da Marinha na Vila Cruzeiro, no final de novembro, quando as forças nacionais se uniram para combater o tráfico de drogas determinou a escolha da fantasia:

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– O tanque invadiu a Vila Cruzeiro e o Morro do Alemão para varrer e limpar o tráfico das comunidades. Agora nós queremos limpar Brasília e o Brasil inteiro de um grande mal: a corrupção.

Sarli já percorreu os 15 quilômetros da São Silvestre fantasiado de sem-terra, Provão do MEC, ônibus lotação, telefones grampeados, dengue, Fome Zero, controlador de voo e até de ‘dinheiro na cueca’, tema escolhido ano passado.

– Tento levar uma notícia importante no último dia do ano para não deixá-la cair no esquecimento. Sabemos que as figuras, as fantasias, fazem a diferença e são muito notadas. Por isso busco isso para passar uma mensagem que estimule a reflexão.

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A fantasia montada para este ano pesa cerca de sete quilos. Sarli e o irmão Renato empurrarão o tanque pelas principais avenidas de São Paulo e esperam terminar o percurso em cerca de duas horas.

– Nós largamos lá do fundo, em último lugar, para evitar que a correria da largada destrua a fantasia. Se a gente perceber que estamos lentos demais, deixaremos o tanque no meio do caminho e completaremos o percurso correndo. Depois voltamos para buscar a fantasia.