Uma informação do Consulado do Brasil na França trouxe novas esperanças às famílias de vítimas brasileiras do acidente com o voo AF 447. Nesta quinta-feira, o órgão confirmou que entre os 103 corpos identificados recentemente, 18 são de brasileiros. As famílias devem começar a ser contatadas já nesta tarde, segundo o Itamaraty.

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O Airbus A330 da Air France fazia a rota Rio de Janeiro – Paris, quando caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009. Durante a primeira fase de buscas aos corpos, que terminou no fim de junho daquele ano, apenas 50 dos 228 mortos foram retirados do mar. Em 2011, novas buscas trouxeram à superfície mais 104 vítimas da tragédia, que foram encontradas junto aos destroços da aeronave.

A informação foi recebida com uma mistura de alívio e revolta pelo diretor-executivo da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas, Maarten Van Sluys. Até o início da tarde, o Consulado do Brasil na França não havia contatado as famílias brasileiras para anunciar a identificação de seus entes.

– Na Europa, todos os identificados já tiveram suas famílias comunicadas – reclama Van Sluys, que perdeu a irmã, Adriana, no acidente aéreo. O corpo dela estava entre os primeiros encontrados no mar.

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O drama das famílias é intensificado pela espera, já que 21 corpos de brasileiros permanecerão no fundo do mar. O presidente da associação, Nelson Marinho, é um dos que aguarda para saber se o filho é uma das vítimas identificadas no término das buscas.

– O governo francês não dá a mínima para a gente. Eu não recebi nenhum comunicado oficial sobre as identificações. Nem mesmo sobre meu próprio filho – revolta-se Marinho.

Entre os corpos que ainda não foram entregues às famílias, estão os dos três gaúchos que estavam no voo, o cirurgião plástico Roberto Corrêa Chem, a mulher dele, a psicóloga Vera Chem, e a filha do casal, Letícia Chem.

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A associação pretende reclamar ao governo francês apoio às famílias que não tiverem seus familiares encontrados. De acordo com o porta-voz da Embaixada da França no Brasil, Stephane Schorderet, uma carta foi enviada à associação explicando que a identificação dos corpos havia acabado e que as famílias que tiveram parentes resgatados seriam informadas a partir desta quinta-feira, 10 de novembro.

– Transferimos uma lista com o nome das vítimas identificadas aos consulados de cada país. Temos a informação que foram encontradas pessoas de 25 nacionalidades diferentes. A responsabilidade de informar as famílias é de cada consulado – diz o porta-voz.