Caçadores-coletores que viviam no sul da China adotavam um ritual peculiar para preservar os mortos. Alguns pesquisadores identificaram evidências de mumificação a cerca de 12 mil anos atrás no sudeste asiático, aproximadamente 7 mil anos antes das famosas múmias do Egito, como são conhecidas.

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De acordo com o estudo publicado nesta segunda-feira (15) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os corpos eram amarrados em posição agachada e expostos durante meses à fumaça de fogueiras de baixa temperatura, o que lentamente desidratava a pele e impedia a decomposição dos ossos.

Esse achado reforça a hipótese de que a mumificação por fumaça estava ligada a crenças ancestrais voltadas à preservação do corpo como forma de manter viva a memória dos mortos.

O diretor da pesquisa acredita que essas práticas possam ter raízes ainda mais antigas, ligadas às migrações humanas a partir da África há cerca de 60 mil anos.

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A descoberta também coloca em perspectiva outras tradições de mumificação. O povo Chinchorro, atual Chile, desenvolveu técnicas de embalsamamento há cerca de 7 mil anos. Nessa técnica eles removiam órgãos e deixavam os corpos secarem naturalmente no deserto. Já os egípcios passaram a usar resinas e outras substâncias por volta de 6,3 mil anos atrás.

Agora, a equipe de pesquisadores pretende investigar sepultamentos ainda mais antigos, datados de até 20 mil anos, em busca de sinais de que a técnica de defumação já era usada muito antes do que se imagina.

*Sob supervisão de Pablo Brito

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