A data de 13 de julho de 1892, quando Joinville ainda tinha apenas 41 anos e uma população 38 vezes menor que a atual, é lembrada até hoje – exatos 126 anos depois – como um marco na história da cidade. O dia representa a fundação do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ), a mais antiga instituição do gênero no País. Motivo de orgulho para os joinvilenses, a corporação cresceu junto com o município, sem deixar apagar seu ideal: prestar socorro gratuito às pessoas que necessitam de auxílio.

Continua depois da publicidade

Dos 37 “soldados do fogo” que iniciaram essa trajetória, surgiram muitos mais, agora com a participação de 1,7 mil colaboradores, 90% deles voluntários, entre bombeiros mirins, voluntários, efetivos, brigadistas e de apoio, em oito unidades operacionais. E essa grandeza não se resume aos números, mas também em cada uma dessas pessoas. O serviço prestado é humanizado e está refletido dia a dia nas ações de combate à incêndio, em atendimentos pré-hospitalares (APHs) e resgates veiculares, aquáticos, em montanhas ou nas alturas.

Dedicação acompanhada de perto pela reportagem, que vivenciou um dia de trabalho da equipe Delta, uma das quatro que se revezam nas operações de resgate dos bombeiros voluntários em Joinville. Na visita entendemos como funciona a divisão de tarefas, ouvimos bombeiros e socorristas e embarcamos nas operações de resgate da Unidade de Suporte Básico (USB-44) – ambulância que atende desde o limite do município com Araquari até a Serra Dona Francisca.

Naquele dia, 29 de junho, às operações da equipe tiveram início às 6h30 e encerraram às 18h30, sob o comando de Ricardo Vitorino, que entrou no CBVJ em 1992 ainda como bombeiro mirim e, desde 2017, coordena essa equipe. Segundo ele, o primeiro passo para o atendimento à população é a divisão dos grupos que darão suporte para cada tipo de situação.

— Hoje tenho 12 motoristas, 11 bombeiros, quatro socorristas e um subchefe que faz a ronda nas unidades. Faço rodízio de funções em cada plantão e na tomada de decisão na montagem das equipes, temos o líder que tem conhecimento principal em cada área. Então quando toca o alarme, ele e sua equipe já devem estar prontos, porque temos 30 segundos para se equipar e, em menos de um minuto a viatura já tem que estar na rua — explica.

Continua depois da publicidade

Tudo é feito com precisão, agilidade e principalmente consciência. De acordo com a corporação, o fato de os bombeiros serem voluntários não significa amadorismo, como seguia o estigma que rondava o voluntariado no passado. Em 126 anos não houve nenhuma perda de bombeiro em ocorrência em Joinville, respeitando os protocolos e também fruto de um Termo de Ajuste de Conduta com o bombeiro militar, no qual todos os operacionais do CBVJ são tecnicamente capacitados e passam pelo Teste de Aptidão Física (TAF), além de avaliações teóricas e práticas ao longo de meses.

— Depois dos cursos, esse aspirante passa por um estágio e ele tem que fazer a diferença entre a vida e a morte de alguém, tem que saber fazer a identificação do problema e iniciar de imediato essa correção. O bombeiro é a pessoa que tem que estar pronta para qualquer tipo de resposta — define Vitorino.

Leia também:

Conheça um dia da rotina de um bombeiro voluntário em Joinville

Homenagens marcam aniversário de 126 anos dos Bombeiros Voluntários de Joinville

“Ser bombeiro é um estilo de vida”, diz socorrista voluntária