Um corpo encontrado na área rural de Joinville na segunda-feira (13) pode ser de mais uma vítima da chacina que aconteceu há mais de um mês na cidade. O homem está desaparecido desde 8 de janeiro, dia do crime. O cadáver foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e o laudo pericial deve confirmar se trata-se mesmo da sétima pessoa envolvida no assassinato em massa.
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De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Eliéser Bertinotti, os restos mortais foram encontrados na Estrada Duas Mamas, no bairro Vila Nova, próximo ao local onde foram localizadas as outras seis vítimas carbonizadas dentro de um Fiat Uno.
Por conta do estado avançado de decomposição, no entanto, o investigador diz que não foi possível saber se este corpo apresentava sinais de violência. Até o momento, dois foram presos suspeitos de envolvimento no crime. As investigações continuam a fim de identificar e prender os demais criminosos que teriam participado da chacina.
Outras seis vítimas já haviam sido identificadas
Todas as vítimas da chacina que foram encontradas carbonizadas dentro de um carro no bairro Vila Nova foram identificadas oficialmente pela Polícia Científica. Rivair Amaral Ribeiro, de 23 anos, já havia sido identificado na metade de janeiro por meio de impressões digitais e os demais trabalhadores tiveram a identidade divulgada no último dia 10 de fevereiro.
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Todas as vítimas da chacina em Joinville são identificadas após 1 mês; saiba quem são
Os outros cinco que faltavam ser identificados são: Bruno dos Santos Sales, de 24 anos, Ivonei Wendler dos Santos, de 26, João Mário do Amaral, de 28, Daniel Marcolino de Lima, de 19, e Marcos da Silva Machado, de 30.
De acordo com o superintendente de Polícia Científica da Região de Joinville, João Leonardo Barneche, os últimos assassinados foram identificados por meio de testes de DNA com materiais coletados e cedidos pelas famílias das vítimas.
— Foi um processo árduo, muito minucioso. Mas nós temos profissionais de alto gabarito e conseguimos fazer essa identificação antes do prazo previsto — informou o superintendente.
Relembre o caso
As vítimas da chacina foram encontradas carbonizadas dentro de um Fiat Uno incendiado por volta das 10h de um domingo, 8 de janeiro, no bairro Vila Nova. Inicialmente, 10 vítimas que moravam na mesma casa, no bairro Morro do Meio, estavam envolvidas. Seis delas foram encontradas com os corpos queimados após uma possível discussão com moradores da região. O imóvel também foi incendiado pelos autores do crime. Três pessoas conseguiram escapar dos criminosos e um último morador da casa segue desaparecido.
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De acordo com o delegado Dirceu Silveira Júnior, da Delegacia de Homicídios, as vítimas eram de Palmas e Cruz Machado, cidades do Paraná, e trabalhavam em uma empresa terceirizada em Joinville.
Durante a noite de sábado para domingo, teria acontecido um desentendimento fora da casa entre uma das vítimas encontradas carbonizadas e um dos autores do crime, de acordo com o delegado. Horas depois, os suspeitos teriam voltado até o local e ateado fogo no imóvel, como forma de retaliação pela discussão.
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No local, havia três carros pertencentes à empresa que foram usados para transportar as vítimas até uma estrada próxima ao fim da Rodovia do Arroz, no bairro Vila Nova. Foi onde um dos veículos, um Fiat Uno, foi encontrado carbonizado com as vítimas dentro por moradores, por volta de 10h de domingo.
Em relação aos sobreviventes, o delegado afirma que eles também foram retirados da casa pelos agressores, porém, conseguiram fugir dos suspeitos em algum momento durante o trajeto para o local em que seriam mortos. Os três não ficaram feridos e retornaram para casa. Um deles segue desaparecido.
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Em uma das últimas atualizações sobre o caso, o delegado responsável pelas investigações, Eliéser Bertinotti informou que, antes de serem carbonizados, um dos homens teria sofrido um corte profundo no pescoço, enquanto os outros cinco foram atingidos por tiros na região da cabeça, o que indica que os seis foram mortos antes do carro ser incendiado.
Até então, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que entre oito a 10 pessoas cometeram a chacina. Até o momento, dois foram presos. Agora, a delegacia trabalha para prender os demais suspeitos do crime.
No início de janeiro, a reportagem do AN conversou com um dos responsáveis pela empresa que contratou os trabalhadores, que afirmou que já havia alugado o alojamento em outras oportunidades e que nunca havia tido problema com o local. Além disso, tanto ele quanto os familiares se chocaram com a violência deste crime, já que definem as vítimas como tranquilas, sem antecedentes de brigas.
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