A equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Itajaí encontrou no final da tarde de sexta o corpo do adolescente Diego Gonçalves, 16 anos, que morreu afogado quando tentou cruzar a nado o Rio Itajaí-Açu, ao lado da travessia da balsa, no Centro de Ilhota.
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O corpo do jovem estava sendo procurado por quase quatro horas pelos bombeiros voluntários de Ilhota, que usaram botes e atiraram cordas com um gancho na tentativa de localizar o corpo e içá-lo, sem sucesso, e foi encontrado imerso próximo à balsa.
Era 12h30min quando o grupo de funcionários de uma empresa de lavação de vidros de Balneário Piçarras voltava de um trabalho em Indaial. Eles pretendiam cruzar o rio pela balsa com a Kombi da empresa para almoçar em Ilhota.
Segundo o comerciante Pedro Teixeira de Melo, passageiro da balsa no momento do acidente, Diego e o colega Rogério de Oliveira, 16, se adiantaram e pularam na água antes da partida da balsa, para disputar quem chegava primeiro. A dupla nadou aproximadamente 200 metros entre a margem esquerda e a direita. Rogério conseguiu alcançar a outra margem, mas Diego se afogou a 15 metros do final da travessia.
Ele ainda tentou emergir duas vezes da superfície da água, mas afundou. O irmão de Rogério, Dione Inocêncio de Oliveira, 25, também funcionário da empresa, e mais um colega, se lançaram ao rio para tentar salvar o garoto, mas não o encontraram. Embora oscile dependendo da concentração de bancos de areia no fundo, a profundidade do rio pode chegar a até 10 metros, no local do acidente.
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– Eles quiseram atravessar a nado em vez de atravessar com a gente. Os outros falaram para não atravessar, mas eles quiseram. O Diego não gritou, não tentou avisar ninguém. A gente pulou e tentou chegar ao fundo, mas não deu – conta Dione.
Pai de Diego, o pedreiro José Orestes Gonçalves, 41 anos, estava inconformado com a morte do filho, com quem morava no Bairro Itacolomi, em Piçarras.
– Moramos na praia e eu não o deixava ir sozinho. Ele era obediente, não ia sem a gente na praia. Mas não sabia nadar muito bem – revela José.
Diego estudava no primeiro ano do Ensino Médio da Escola Básica Alexandre Guilherme Figueredo. Tinha uma irmã de 18 anos e um irmão de 14. Trabalhava havia dois meses na empresa. Depois do acidente, Rogério foi levado de volta para casa, em Piçarras, e não acompanhou as buscas ao colega.
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Segundo o presidente dos bombeiros voluntários da Ilhota, Paulo Vilmar Batista, o rio se torna ainda mais perigoso na localidade porque, com a subida da maré, a correnteza natural é alterada, o que pode ter contribuído para arrastar ainda mais o corpo do adolescente.