Depois de quase três meses de angústia, a família Vegini poderá realizar a cerimônia de despedida de seu patriarca: o aposentado Acídio Vegini, de Joinville, que desapareceu no mar após a embarcação na qual ele participava de uma pescaria virar. O naufrágio ocorreu em Balneário Barra do Sul em 9 de junho e o corpo de Acídio só foi encontrado em 24 de agosto. A confirmação da identidade, após laudo pericial, ocorreu neste domingo, 3 de setembro, e o corpo será liberado para a família realizar o sepultamento nesta segunda-feira.
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— É um momento de muita saudade, mas também estamos aliviados por esse encontro, para que não vivêssemos nessa angústia para sempre — afirma uma das filhas de Acídio, Daiana Vegini.
Ele tinha 75 anos e fazia pescarias por diversão. Em 9 de junho, estava entre os sete tripulantes do barco Weríssimo Silva, que zarpou do cais na rua Barra Velha por volta das 6h30. Às 8 horas, quando passava entre as ilhas dos Remédios e e a ilha Feia, local considerado perigoso pelos pescadores da região, uma onda desestabilizou a embarcação e outra, em seguida, encheu o barco de água e o levou a bater na encostra, contra rochas.
O dono do barco, Valdecir da Silva, e outros quatro homens foram resgatados por pescadores. Astrogildo Olegário da Silva, 71 anos, morreu no local. Durante dez dias, foram efetuadas buscas por Acídio Vegini. A Marinha do Brasil informou que, por sete dias, foi feita uma varredura em uma área total de 455 quilômetros quadrados por dois navios, um helicóptero e três equipes de resgate, além do auxílio dos bombeiros e da polícia militar. Mesmo depois que a marinha cancelou as buscas, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Balneário Barra do Sul continuou procurando.
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— As pessoas da cidade que acompanhavam as buscas diziam para meu irmão que nunca haviam visto tanto empenho, durante tanto tempo, para encontrar alguém. Tivemos muito apoio — conta Daiana.
O corpo de Acídio foi encontrado em Paranaguá, no Paraná, por um pescador. Ele estava boiando e o homem, que não teve o nome divulgado, o prendeu a uma boia e chamou os bombeiros do município. A família foi avisada pelos bombeiros de Barra do Sul e foi ao local para fazer o reconhecimento do corpo.
Apesar do estado avançado de composição, os filhos sabiam que, pelos pertences encontrados, aquele era Acídio. No entanto, o corpo só poderia receber liberação após um laudo pericial, que foi feito a partir da análise de um implante dentário realizado por um dentista de Joinville.
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O sepultamento ocorrerá às 16h30, no Cemitério Municipal de Joinville. O próprio Acídio havia adquirido o terreno para a família e, agora, os filhos e a esposa poderão ter um local para prestar homenagem ao pai e ao marido que, nas palavras de Daiana, “estava sempre feliz”.
— Não será possível fazer velório, mas na hora do sepultamento haverá uma cerimônia. Meu pai adorava cantar músicas religiosas e merece que elas sejam cantadas para ele também.