Neste sábado (13), o Corpo de Bombeiros Voluntário de Joinville (CBVJ) completa 132 anos. A mais antiga instituição da categoria no país virou exemplo para que outras corporações seguissem seu modelo de gestão. Desde 1892, presta serviços gratuitos em apoio à comunidade.
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A corporação conta com 1,7 mil bombeiros voluntários. No ano passado, realizou mais de 205,1 mil horas de serviços gratuitos e atendeu mais de nove mil ocorrências. Conforme o presidente do CBVJ, se disponibilizar a ajudar o próximo sem receber por isso é o espírito da corporação desde o início de sua trajetória.
Veja fotos da história da corporação:
— Na época em que foi fundada, era muito comum as comunidades resolverem seus problemas com a ausência do estado. Isso aconteceu aqui. Começaram a ter incêndios, aí eles se reuniram e criaram a corporação. Desde essa época funciona de maneira ininterrupta. Dos colaboradores, 94% vem trabalhar de graça. Isso é incrível e, para muitos, inacreditável — conta o presidente.
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Nesta sexta-feira (12), foi realizada uma homenagem aos bombeiros com mais anos de trabalho e aqueles que mais dedicaram seu tempo à corporação. Geraldo de Moraes é voluntário há 22 anos. De 2022 a 2023, foi o voluntário com mais horas trabalhadas dentro da instituição.
— Não ganho nada, mas é um prazer ajudar. Eu sempre tive o sonho de estar ajudando o próximo. É o que eu gosto de fazer. Hoje eu sou aposentado, mas trabalhava em uma empresa grande e fazia trabalhos voluntários. Fazia meu horário na empresa e depois vinha para os Bombeiros. São 12 horas diárias, folgando sempre no outro dia — conta Moraes.
Oswaldo Baumrucker, 86, é voluntário há 61 anos na corporação. Antigamente, o CBVJ buscava pessoas que trabalhavam pela região, principalmente na Fundição Tupy, que ficava localizada onde hoje é o Shopping Mueller. Com a mudança de endereço da empresa, foram buscar outras pessoas interessadas no serviço.
— Na época, não tinha todo o equipamento privilegiado que tem hoje, era na cara e na coragem, como a gente diz na gíria. Então, a gente foi fazendo treinamento prático e participando dos acontecimentos, adquirindo experiências. Minha função principal era ser condutor das viaturas que na época eram bem precárias também — brinca Baumrucker.
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Novos recrutas também demonstram o amor pelo serviço voluntário. Victor Naoki Muta, 26, está há dois anos no CBVJ. Para ele, a vontade de ajudar e fazer a diferença é o que motiva na realização das funções.
— Cada um encontra o melhor horário que se encaixa para ajudar. Conforme for a disponibilidade, vamos marcando os plantões e tirando nossos turnos. Muitas vezes não conhecemos as pessoas e talvez nunca mais vamos encontrá-las na vida, mas sabendo que conseguimos fazer, por menor que seja, alguma ajuda, motiva a maioria das pessoas que estão aqui — comenta Muta.
Em 2024, quatro novas ambulâncias foram ativadas e o Programa Bombeiro Mirim foi ampliado. Desde o início do ano, o programa leva práticas esportivas, ciência e contato mais próximo com a natureza aos novatos, além de clube de leitura e noções de primeiros socorros.
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