Toda manhã, durante a troca de serviço, ela está lá, sentada próxima à bandeira do Brasil. Acompanha atenta e silenciosamente a execução do hino nacional, assim como todos os soldados do batalhão, e só sai do lugar quando a última estrofe termina e o grupamento é liberado. Ao longo do dia, cada vez que ouve a viatura de Auto Socorro de Urgência (ASU) se aproximar com a sirene ligada, vai para a frente do prédio esperar a guarnição.
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Falando assim até dá para imaginar que se trata de um cão policial, farejador, sempre atento à movimentação da Segurança Pública. Mas as semelhanças da mascote do Corpo de Bombeiros de Navegantes com cachorros comumente utilizados pelas polícias Civil, Militar e Federal param por aí.
Quem adotou o quartel há quase dois meses foi uma simples vira-lata – que já conquistou toda a corporação. A primeira visita da cadelinha, ainda em janeiro, foi em um horário estrategicamente escolhido: o almoço. Depois de garantir a barriga cheia indo e vindo por alguns dias seguidos, ela decidiu não ir mais embora. O próximo passo foi conquistar um lugar quentinho para dormir, montado nos fundos do batalhão.
A partir daí, Padoca, nome dado pelos soldados, passou definitivamente a morar com os bombeiros. Hoje ela até dá umas escapadas e sai passeando pelo bairro, mas no fim do dia sempre retorna para o batalhão.
– Dizem que o Dálmata não tem medo de fogo, por isso é o símbolo dos Bombeiros. A Padoca é a nossa Dálmata falsificada, nossa Dálmata paraguaia – brinca o cabo Adônis.
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Cuidados médicos
Geralmente de poucos latidos, a história muda quando outros cachorros invadem o “seu” espaço. Os cabos contam que é comum vê-la espantando os colegas caninos à noite, e dizem que só falta ela aprender a demarcar o território para mostrar quem manda na região.
– Ela parece que está sempre sorrindo, é muito querida por todos aqui no quartel. Já virou nossa mascote – destaca Adônis.
Desde que a cachorrinha apareceu em Navegantes, nenhum possível dono foi até o quartel procurá-la. A corporação pretende ficar com a nova companheira, e já começou a procura por uma parceria com uma clínica veterinária da cidade.
A ideia é colocar em dia as vacinas da cadelinha, além de identificar quantos anos ela tem e castrá-la para controlar a superpopulação de cães no município e o movimento de cães que poderiam ir ao batalhão quando Padoca estivesse no cio. Os profissionais interessados em ajudar podem deixar recados pelo Facebook do Corpo de Bombeiros Militar de Navegantes ou pelo telefone 3319-2702.
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