As camisas do Flamengo e do Cachorrões foram por muito tempo os uniformes preferidos de Bernardo Pisetta para usar debaixo das traves, nos treinos e jogos de futebol. Na manhã deste domingo (10), elas se tornaram também uma espécie de uniforme, mas desta vez para amigos e familiares que foram se despedir do jovem goleiro de 14 anos que saiu dos campos de Indaial e teve a trajetória interrompida no incêndio no Centro de Treinamento (CT) do Flamengo, sexta-feira (8), no Rio de Janeiro.
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O corpo de Bernardo chegou ao Aeroporto de Navegantes por volta das 20h30min de sábado. O velório começou à meia-noite de domingo, na Câmara de Vereadores de Indaial. O sepultamento ocorreu às 12h15min, no Cemitério Municipal.
Durante a madrugada e toda a manhã de domingo, longas filas se formaram em frente à Câmara de Vereadores por amigos, familiares e moradores da cidade que foram se despedir do jovem Bernardo. Familiares como o primo Marcelo Lanznaster contam que a família segue devastada e sensibilizada com a perda do filho.
— Tanto dentro quanto fora de campo, a gente conversa com as pessoas e todos só relembram virtudes, coisas boas dele, como jogador e principalmente como pessoa — disse.
De certo modo esse mesmo sentimento se dissemina na cidade, que parou neste domingo para se despedir do talento prodígio. Membros do Cachorrões, da embaixada do Flamengo de Indaial e até alunos de escolinhas de futebol, jovens que tentam trilhar o mesmo caminho de Bernardo nos campos, foram se despedir.
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Cerimônia levou cerca de 15 minutos
O sepultamento ocorreu em cerimônia de cerca de 15 minutos e foi acompanhado por centenas de pessoas. Camisas de clubes de futebol e sombrinhas para proteger do forte sol que predominou no domingo em Indaial. Depois de orações, familiares jogaram rosas sobre o caixão do jovem Bernardo e encerraram o sepultamento com fortes aplausos.
Bernardo era o mais novo dos dois filhos do casal Darlei e Leda Pisetta. Ele começou a jogar futebol no campo de uma associação no bairro Tapajós, ao lado da escola em que a mãe trabalhava como professora.
O outro catarinense morto no incêndio no CT do Flamengo, Vitor Isaías, 14 anos, foi sepultado no Cemitério Municipal de Biguaçu, na Grande Florianópolis, no começo da tarde deste domingo.
Além dos dois jovens de SC, outros oito atletas da base do clube carioca morreram no incêndio.