Segurança pública como pilar social em Joinville
* Por Nelson Henrique Coelho
(Tenente-coronel do 8º Batalhão da Polícia Militar de Joinville)
A discussão da segurança pública é sempre válida, considerando todos os problemas da área e sua abrangência social, uma vez que impacta diretamente em todos os aspectos do cotidiano de todos nós. Escrevo isso sabendo da minha vivência junto a setores de segurança e proteção que é impossível planejar, em qualquer instância, padrões ideais de saúde, educação, mobilidade e qualidade de vida sem passar obrigatoriamente pela segurança da nossa população.
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A Polícia Militar em Joinville, nos últimos anos, pôde acompanhar de perto uma melhoria no nosso histórico de operações bem-sucedidas. Isso significa que temos conseguido trabalhar para diminuir os índices que tanto preocupam a cidade. E quando digo que pudemos acompanhar, digo que os resultados positivos são reflexo de uma força tarefa voltada para projetos de segurança pública que a Polícia Militar tem desenvolvido em Joinville. Tudo isso começou com a implantação do sistema B.I., uma tecnologia de database que permite a mensuração de resultados, levantamento de números, dados e gráficos que nos mostram onde ficam nossas maiores demandas, nossos gargalos e onde a implantação de projetos de correção são mais necessários.
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Com o sistema, temos tudo a distância de um clique e, em questão de segundos, podemos saber qual a frota que temos disponível, qual a biometria, idade e grau de instrução do nosso efetivo. Da mesma forma, em termos operacionais, ele dá os números de ocorrências, e assim podemos saber como estamos nos saindo no cenário regional. Com esse sistema, a Polícia Militar ganhou uma ferramenta para argumentar com o poder público, mostrando matemática e tecnicamente onde se concentram as maiores demandas. Somos capazes de fazer uma análise lógica, e não mais empírica.
É com base nessa tecnologia, também, que podemos dizer com toda a certeza que nosso efetivo é pequeno, levando em conta os números da região Norte de Santa Catarina e, especialmente, Joinville. Ainda assim, nos últimos seis meses, estamos oscilando entre a terceira e a quarta melhor posição no ranking estadual das polícias militares. Se pensarmos que estamos na maior cidade de SC, significa que estamos sim fazendo mais com menos.
Mas a PM de Joinville ainda tem bastante trabalho pelo caminho. Isso porque nosso maior projeto, o sonho dourado da segurança pública, ainda precisa passar por diversas etapas até se tornar tangível. Num futuro próximo, queremos poder atuar com uma segurança preventiva, e não mais reativa. Em outras palavras, queremos direcionar nossa atuação a garantir a segurança e a integridade da nossa gente a fim de impedir que a criminalidade se espalhe, em vez de atuar para punir os que transgridem o Código Penal.
Nós temos dificuldades em fazer a máquina funcionar perfeitamente porque precisamos de mais homens atrás dessa máquina. Temos uma importância histórica e econômica para a qual Santa Catarina não pode dar as costas, e precisamos, sim, de toda a atenção que essa importância demanda. Joinville pode melhorar, e muito. Mas essa mudança só vai acontecer quando as entidades e poderes de Joinville entenderem que toda e qualquer mudança na qualidade de vida do cidadão passa, antes de qualquer coisa, pela segurança pública.
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