O comando do futebol brasileiro tem ligações íntimas com a política. Dos cinco vice-presidentes da CBF, todos têm relação direta ou indireta com partidos e políticos importantes. José Maria Marin, hoje preso na Suíça, foi governador biônico de São Paulo na época da ditadura militar.
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O destino da verba e a prestação de contas das federações
Marcus Vicente é deputado federal pelo PP do Espírito Santo. Fernando Sarney é filho do ex-presidente José Sarney e irmão da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney.
Em vídeo, Rodrigo Oliveira e Eduardo Gabardo contam os bastidores da reportagem:
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Coronéis do Futebol: os bastidores e as possíveis soluções
Gustavo Feijó é prefeito do município de Boca da Mata, interior de Alagoas, pelo PDT. Delfim Peixoto foi deputado estadual de Santa Catarina nos anos 70 pelo MDB. Além disso, o presidente da Federação de Futebol do Amapá, Roberto Góes, é deputado federal pelo PDT.
Eleições secretas e aclamações suspeitas
Dirigente da CBF compara Marin a Collor
O ex-governador de São Paulo, ex-presidente da CBF e atual vice da entidade, José Maria Marin está preso na Suíça. O vice-presidente da CBF, Gustavo Feijó, compara a prisão de José Maria Marin ao processo de impeachment sofrido pelo ex-presidente Fernando Collor, seu aliado político em Alagoas.
Bola, chuteira e televisão em troca de votos
– Precisamos ouvir o lado do Marin. Não podemos colocá-lo como culpado. Existem denúncias do FBI, mas ele tem o direito de se defender. Eu já vi um alagoano sofrer impeachment e depois foi absolvido em todas as cortes – compara Feijó. – E todos sabem que há hoje no país situações piores que ficam impunes – completa.
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A farra de repasses da CBF às federações
Presidente da Federação foi indicado pelo governo, diz dirigente
No Distrito Federal, a federação era administrada até 2011 por Fábio Simão, filiado ao PMDB, chefe de gabinete do governador cassado José Roberto Arruda e secretário de estado do ex-governador Joaquim Roriz. Em 2011, a Justiça destituiu Fábio Simão por irregularidades administrativas. Foi eleito em 2012, para o seu lugar, com o apoio de Simão, o atual presidente Jozafá Dantas.
– A chapa foi construída pelo governo, pois o Jozafá teve o apoio do governador Agnelo Queiroz para ser presidente da Federação – relata o presidente do Bolamense Futebol Clube, Antônio Teixeira.
No Mato Grosso do Sul, o presidente da federação, Francisco Cezário, sofre oposição do senador Delcídio do Amaral, do PT. O parlamentar ressalta que Cezário é bem articulado politicamente para se manter no poder.
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– O Francisco Cezário já deveria ter saído da federação há muito tempo. Ele fica esse tempo todo porque sempre se aliou aos governadores que usavam o futebol para crescer politicamente. Ele sempre foi muito bem articulado politicamente. Lamentavelmente, quem queria fazer um trabalho bom era sempre colocado de lado – afrima o senador.
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Veja documentos que mostram os valores dos repasses às federações:
Veja quanto recebe cada federação clicando nos ícones:
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A reportagem faz parte de uma série especial da Rádio Gaúcha
*RÁDIO GAÚCHA