Ciências humanas como Geografia e História andaram com Ana Cláudia José Luiz até os últimos dias. Além de dar aulas para séries iniciais em escolas municipais de Sombrio, no Sul do Estado, ela deixou como imagem do perfil no Facebook, atualizada em 25 de março, um retrato de mãos segurando planeta Terra: “O movimento não é partidário, ideológico ou individual. Mas humanitário e de responsabilidade coletiva”.

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Naquele dia, Ana Cláudia já estava infectada. A substituição da imagem ocorreu quatro dias antes dela dar entrada no hospital da cidade, em 29 de março, com suspeita da doença. No mesmo dia a coleta para o teste de coronavírus foi feita e ela foi levada para o hospital regional. Mas o quadro se agravou e ela precisou ser transferida para a UTI. A morte ocorreu no início da manhã de 11 de abril.

Na ficha de notificação do caso consta que Ana Cláudia não tinha viajado e não apresentava doença crônica que a colocasse como grupo de risco. A morte causou comoção. A nota oficial da prefeitura não deixou de destacar o lado humano da pedagoga. “Lamentamos, pois não só perdermos uma profissional competente, mas uma amiga de todos”.

Neste ano, ela dava aulas em duas escolas municipais e uma estadual como professora temporária. Ana Cláudia nasceu em Sombrio, onde morava com o marido e as filhas. Ela também deixa um neto de quatro anos. Ana Cláudia mostrava preocupação com o coronavírus. Cumpriu quarentena desde que as aulas foram suspensas e postou sobre a necessidade de cuidados.

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Solidária, ela postou sobre estabelecimentos onde os moradores podiam encontrar álcool em gel. Conforme colegas da professora, era o marido que ia sozinho ao supermercado. Familiares têm dúvidas sobre como ela teria contraído o coronavírus.

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