O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau, Gaspar e Indaial (Sintrafite) enviou um pedido às empresas para a liberação de todos os funcionários. Hoje, cerca de 21 mil pessoas trabalham em indústrias da região e o objetivo, conforme a categoria, é evitar o contato para frear o avanço do novo coronavírus.

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A primeira quinta-feira após publicação do decreto do governo do Estado impõe restrições ao cotidiano em SC foi de calçadas vazias e poucos carros nas ruas de Blumenau. Muitas fábricas e indústrias, porém, mantiveram as atividades durante a manhã, o que gerou dúvidas sobre o que os trabalhadores precisam fazer quanto ao deslocamento às empresas. Nas têxteis, alguns empresários chegaram a pagar por transporte privado.

Desde as 22h45min os ônibus da Blumob pararam de circular pela cidade, assim como intermunicipais importantes como Rainha, Volkmann, Verde Vale e Presidente. Com isso, muitos funcionários de empresas que não vão fechar as portas não conseguiram ir até o trabalho, mesmo com a opção do transporte particular, por topique, por exemplo.

Segundo a presidente do Sintrafite, Vivian Kreutzfeld, com essa dificuldade dos trabalhadores de chegarem à fábrica e a preocupação de evitar novos contágios do coronavírus, a orientação é de liberação de funcionários — seja com férias ou com licença remunerada.

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— Tem gente que mora com pessoas do grupo de risco e esse vaivém do trabalho nos traz essa preocupação de ter a transmissão dentro dos locais de trabalho. O lucro não pode ser maior do que a vida para as pessoas. E mais: adianta produzir agora? Não vale a pena deixar as pessoas adoecerem e o momento é de prevenção — defende Vivian.

Segundo Ulrich Kuhn, integrante do Conselho Superior do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), o que precisa prevalecer a partir de agora é o bom senso. Kuhn ainda a dificuldade em manter a operação sem os ônibus urbanos na cidade.

— Não há como operar, já que sem transporte urbano, não há pessoas. Muitas empresas já estão partindo para as férias coletivas e muitas já estão administrando paradas. É preciso serenidade e bom senso, para a gente fazer com que a curva da infecção seja a mais suave possível — aponta Kuhn.