Com a chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil muitas farmácias tiveram suas reservas de máscara de proteção esgotadas nos últimos meses. Em Santa Catarina não foi diferente dos demais estados. Desde a confirmação dos dois primeiros pacientes em Florianópolis, a busca pelo material aumentou a ponto de os estabelecimentos não conseguirem repor a mercadoria nas prateleiras, mesmo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde sobre deixar o material para uso exclusivo de pessoas com sintomas da doença.
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Até a última segunda-feira (30), embora muitas pessoas ignorassem, a recomendação para uso exclusivo de máscaras em pessoas com tosse e espirros, também era feita pelo CDC, um dos órgãos de saúde mais importantes do mundo. A posição, no entanto, tem mudado.
Segundo o o jornal The New York Times, o diretor do CDCm Robert Redfield, disse em entrevista à WABE em Atlanta, uma estação membro da National Public Radio, que a agência está revisando suas diretrizes sobre o uso de máscaras "criticamente, para verificar se há um valor adicional em potencial para indivíduos infectados ou indivíduos que podem ser infectado de forma assintomática."
No Brasil, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta recomendou o uso do equipamento de tecido, que não concorre com o material dos profissionais da saúde. Da mesma forma, a prefeitura de Florianópolis passou a recomendar o uso de máscaras nesta quinta-feira (2). O governo do Estado mantém a posição anterior, de não usar indiscriminadamente o material.
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Para que servem e quando usar?
Médica infectologista, Regina Valim, explica que há diferenças entre as máscaras disponíveis no mercado: têm as de uso exclusivo para coleta de exames, as cirúrgicas vistas com frequência em consultórios médicos e pronto-atendimentos, as acrílicas – que formam uma espécie de escudo no rosto de quem usa -, além das máscaras de tecido, mais comuns ao comércio popular. Cada tipo de máscara é confeccionado com material diferente e, portanto, não deve ser usado para o mesmo fim, nem para qualquer situação.
Máscara N95

Citada repetitivamente entre os meios de comunicação nos últimos dias, quando se fala sobre os equipamentos de proteção individual de profissionais de saúde, a N95 é a máscara mais indicada para os profissionais que fazem a coleta de secreção dos pacientes com suspeita da doença. De acordo com a especialista em infectologia, essas máscaras têm uma espécie de filtro inibem a passagem de micropartículas e de pequenos de micro-organismos.
– A recomendação dos órgãos como o CDC é utilizar a N95 em procedimentos de aspiração, quando vai entubar, colher secreção de um paciente, por exemplo. Porque ela funciona barrando a penetração dessas partículas muito pequenas – explica a especialista.
Apesar de ser uma máscara bastante segura em relação ao contato com pacientes infectados, ela não é indicada para qualquer pessoa, especialmente se for um paciente contaminado, já que ela dificulta, também, a ventilação.
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Máscara cirúrgica

Feitas com material diferente do tecido, as máscaras cirúrgicas têm contensão menor do que as N95, mas servem para atendimentos médicos comuns. As mais procuradas em farmácias pela população, após a pandemia do coronavírus chegar ao Brasil, seguem no comércio de SC. Segundo a infectologista, elas diminuem a passagem de partículas maiores do que micropartículas e dificilmente são usadas em pacientes.
Máscara de tecido

Vendidas em livre demanda em farmácias, lojas, ou mesmo fabricadas em casa, são indicadas para pacientes com sintomas virais, como o coronavírus. Elas diminuem a passagem dos organismos para o ambiente, no entanto, não têm função de barreira completa.
– As máscaras de pano não têm filtro. De qualquer forma, protegem melhor a pessoa que está com algum sintoma de passar para alguém enquanto tosse ou espirra – esclarece.
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Máscara de acrílico ou acetato

Em formato de um escudo, encobrem boa parte do rosto e funcionam essencialmente como uma barreira. No entanto, para que sejam seguras o suficiente, precisam ser usadas sobre uma máscara cirúrgica, avalia a infectologista, já que na parte inferior, ela é aberta.
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De qualquer forma, a especialista acha interessante aos profissionais da área da saúde, já que pode ser usada sem o óculos de vidro, por exemplo, quando se realiza um procedimento mais invasivo em pacientes e que demandam outros equipamentos de segurança.