Considerados essenciais para o tratamento dos pacientes infectados pelo novo coronavírus que apresentam agravamento no quadro de saúde, os respiradores são ofertados no mercado internacional – único possível para aquisição do Estado -, por preços abusivos desde o início da pandemia no Brasil. O valor encontrado atualmente é quase cinco vezes mais alto do que o preço normal do aparelho.
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Adquiridos anteriormente por valores que variavam entre R$ 60 e R$ 70 mil, agora os aparelhos não baixam de R$ 335 mil. No início da pandemia em território nacional, os respiradores ainda foram oferecidos por R$ 100 mil.
O alerta para essa crescente elevação de preços foi feita pelo governador Carlos Moisés da Silva (PSL), em coletiva de imprensa no fim da tarde de sexta-feira (27). Ao lado do secretário da Saúde, Helton Zeferino, o governador explicou sobre a impossibilidade da aquisição dos ventiladores no mercado nacional, devido a uma determinação que prioriza a compra com os fornecedores locais ao Ministério da Saúde. Os documentos com valores informados, no entanto, não foram apresentados.
– Aí vamos no mercado internacional e nos fornecedores que representam o mercado internacional aqui – explica Moisés, sobre o procedimento.
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Segundo o secretário da Saúde, o Estado pretende ampliar os leitos para atendimento dos pacientes com Covid-19 e ter, ao final do processo, 713 novos leitos destinados para as pessoas com agravamento no quadro de saúde. Para isso, o governo busca adquirir na China os novos equipamentos:
– Hoje os estados vivem um momento que a oferta apresentada é a única disponível. E nós não temos previsão de chegada de ventiladores em curto prazo. O que nós queremos é preparar toda a nossa rede hospitalar para que ela esteja capacitada e habilitada para fazer frente a essa pandemia que está chegando, mas é um processo de mercado tem nos assustado bastante.
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Sem licitação
A aquisição dos respiradores vai ocorrer de forma direta no Estado. Segundo Moisés, não há tempo hábil para realização de uma licitação e nem oferta de melhor preço. Para tornar transparente e segura as aquisições nesses termos, outros órgãos foram acionados, formando um grupo de trabalho entre o governo e os técnicos da Controladoria Geral do Estado, do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público.
– É um grande desafio de transparência, especialmente num momento de crise, que para alguns é uma oportunidade – criticou o governador.
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