A entrada de repositores, os profissionais que colocam os produtos nas prateleiras e acompanham os caminhões de abastecimento até o supermercado, tem sido barrada em algumas cidades de Santa Catarina, em função da pandemia do coronavírus. Este relato tem sido feito à Associação de Distribuidores e Atacadistas Catarinenses (Adac). O Ministério Público emitiu uma orientação na semana passada para informar as prefeituras que essas barreiras são ilegais.
Continua depois da publicidade
A medida tem sido adotada por alguns municípios na tentativa de impedir a disseminação do novo coronavírus. No entanto, um decreto do governo do estado permite durante a pandemia o funcionamento de serviços essenciais, como mercados, a distribuição de alimentos e outros.
Em site especial, saiba tudo sobre coronavírus
O empresário de São José Leandro Rodrigues, que trabalha com a distribuição de produtos de higiene pessoal e limpeza para abastecer supermercados teve a equipe de repositores ou promotores impedida de entrar em algumas cidades na manhã desta terça-feira (24).
– Os problemas ocorreram nas cidades de Balneário Camboriú, Bombinhas e Garopaba. Os supermercados precisam do trabalho dos promotores para manter as prateleiras abastecidas com os produtos. Agora não sabemos como isso vai ocorrer já que estamos com dificuldade de acessar essas cidades – afirmou.
Continua depois da publicidade
Contraponto
A prefeitura de Balneário Camboriú declarou que o problema deve ter sido causado por um mal entendido e que o município realiza apenas barreiras sanitárias para orientar pessoas que vêm de locais com transmissão comunitária de coronavírus para que retornem.
A prefeitura de Bombinhas informou que a barreira vai continuar por mais sete dias. Neste período, só é permitida a entrada de veículos de Bombinhas e Porto Belo ou caminhões para abastecimento.
A reportagem da CBN Diário não conseguiu contato com a prefeitura de Garopaba até o início desta tarde.
Reposição
A Associação de Distribuidores e Atacadistas Catarinenses (Adac) tem orientado os profissionais a portar o decreto do governo do estado e apresentá-lo em cada barreira, conforme o presidente da entidade Valmir Muller.
Continua depois da publicidade
– Temos recebido relatos informais de associados sobre essa dificuldade. Temos orientado a levar o decreto. O supermercado não tem mão de obra para fazer a reposição de produtos. Eles já estão em com equipe reduzida (em função da pandemia). Então, se proibir esses repositores a dificuldade se acentua – afirmou.
Segundo o Ministério Público, não cabe aos municípios limitar o ingresso em seu território ou fechar seus limites.