Portugal vê a curva de casos e mortes cair causadas pelo coronavírus, depois do pico no início do ano. De acordo com informações da AFP, o número de pacientes com Covid-19 internados nos hospitais portugueses, sobrecarregados pelo aumento de casos em janeiro, caiu no fim de fevereiro e chegou ao nível mais baixo desde o início do ano, segundo dados das autoridades de saúde do país.

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No auge da terceira onda que atingiu Portugal em janeiro, os hospitais atendiam por vez quase 6.900 pacientes com Covid-19, entre eles cerca de 900 em terapia intensiva.

O país estabeleceu medidas duras de restrição em meados de janeiro – válido pelo menos meados de março – e registra queda de novas infecções.

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A designer brasileira Larissa Quintani Alt Mattos vive em Mafra, cidade próxima de Lisboa, desde setembro de 2018. A seguir, veja o relato dela sobre como tem sido o enfrentamento da pandemia em Portugal:

Quando começaram a publicar as primeiras notícias sobre um novo vírus, achava que ele morreria antes de chegar aqui. Conforme ele avançava, pensei que as recomendações não passariam muito de lavar as mãos com frequência e evitar lugares fechados.

Quem dera. A primeira ida ao trabalho, ainda antes do confinamento, mas já sabendo que a possibilidade de ser infectada era alta, me rendeu uma bela queda de pressão no escritório. Depois de uma semana, a empresa para a qual trabalho recomendou levar o notebook para casa, caso fosse decretado estado de emergência, como veio a acontecer alguns dias depois.

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Larissa e o marido, de máscara, durante uma caminhada pelo quarteirão da região onde moram (Foto: Arquivo Pessoal)

A maioria das pessoas levou muito a sério. Mesmo no verão (julho), os passeios foram limitados e os lazeres adaptados à realidade que nos afligia. Seguraram as pontas tão bem, mas em outubro começaram os devaneios. Meu emprego pediu que voltássemos ao local de trabalho, voltássemos “ao normal” aos poucos. Que normal?

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Voltamos em regime rotacional, duas vezes por semana, tentando distribuir o número de pessoas simultaneamente no escritório. Em um mês, o número de casos mais que quadruplicou. Voltei a trabalhar todos os dias em casa, mas as consequências continuaram aparecendo por duas semanas: o número de novos casos estava mais de 10 vezes maior que há um mês e meio atrás.

Foi um baita susto coletivo. O governo logo comunicou as novas medidas de segurança, que incluíram limitar o horário e as motivações de circulação. Novamente uma sensação de incerteza e vulnerabilidade. Dessa vez, no entanto, como tínhamos passado pelo confinamento pouco tempo antes, já não foi tão estressante lidar com máscaras, álcool em gel, distanciamento e, sobretudo, ao cotidiano dentro de casa.

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Apesar do novo pico depois do Natal e do Ano Novo, já estamos voltando a ver o arco se achatar, graças ao esforço coletivo de paciência e cuidado uns para com os outros. Acho que esta consciência de que vivemos em comunidade foi o que melhor motivou a acatar as medidas de segurança: eu não estou cuidando só de mim e da minha família, estou cuidando de todos, assim como sei que cuidam de mim.

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