Dois meses após o primeiro decreto que impôs o isolamento social em SC, o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), conversou com a reportagem. Ele fala sobre os trabalhos, o papel da população, os desafios, os ensinamentos e como ele acredita que a sociedade passará por essa pandemia. Confira:
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Como está o combate à doença hoje?
Blumenau é umas das cidades de SC com maior número de casos identificados e confirmados. O nosso objetivo é garantir a transparência e uma amostragem que reflita a situação real. Para isso, estruturamos ambulatórios de triagem, a orientação das equipes de atendimento, o alinhamento dos protocolos junto aos hospitais. Contratamos um laboratório particular para ampliar a testagem, a compra de testes rápidos e de EPIs para os profissionais envolvidos. Também instituímos decretos e portarias estimulando o isolamento social e as medidas de higiene, como uso obrigatório de máscaras.
A população de sua cidade está tendo bom comportamento?
Na maioria dos casos, sim. As pessoas entendem a gravidade da situação e fazemos questão de enfatizar, diariamente, em nossas lives, nas redes sociais oficiais, na imprensa, com o apoio de carros de som, para que a população tenha consciência e que, se puder, fique em casa. Obviamente as pessoas precisam retomar as atividades e nem todas conseguem manter o isolamento, mas neste caso, reforçamos as medidas de segurança, que incluem o uso obrigatório de máscaras, com decreto municipal.
Qual é o principal desafio neste momento?
Nosso principal desafio é garantir o monitoramento dos casos confirmados. A cidade tem (até quarta-feira, dia 13) mais de 400 casos identificados como positivos, cerca de 240 desses em tratamento, sendo monitorados por um aplicativo desenvolvido exclusivamente para acompanhar os pacientes de Covid-19. Além disso, projeções semanais indicam o cenário de crescimento do contágio na cidade, apontando possibilidades otimistas, medianas e pessimistas e garantindo com o poder público possa se preparar. Nossa meta, com o monitoramento, é garantir que a cidade se mantenha entre o cenário mediano e otimista, com a demanda hospitalar dentro da capacidade.
Qual é o maior ensinamento que a pandemia lhe deu?
Quem conhece um pouco da minha história, sabe que uma das minhas maiores experiências profissionais e pessoais foi ser Secretário de Assistência Social de Blumenau na tragédia de 2008. Diferentemente daquela ocasião, a pandemia do coronavírus é algo que sob o qual não temos controle ou expectativa. Em uma enchente você consegue enxergar o rio, acompanhar a previsão, monitorar as barragens, mas com a Covid-19 não há certeza do que virá. Por isso estamos trabalhando de forma antecipada, estruturados, prevendo todos os cenários possíveis para o combate dessa doença.
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O senhor acha que a nossa sociedade será melhor depois da pandemia?
Blumenau é um exemplo de superação. Já passamos por diversas situações ruins, como enchentes, catástrofes e os blumenauenses sempre dão exemplo de resiliência para todo o Brasil. Dessa vez não será diferente, aprenderemos com esse episódio e com certeza sairemos mais fortes de tudo isso.

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