Dos mais de 12 mil catarinenses que contraíram o novo coronavírus desde o início da pandemia, 7.828 já se recuperaram da doença, segundo dados divulgados nessa terça-feira (9) pelo governo de Santa Catarina. E, mesmo que integrem o grupo de curados, essas pessoas ainda precisam manter a rotina de prevenção, segundo orientação de profissionais de saúde de todo o mundo.
Continua depois da publicidade
> Confira os detalhes do avanço do coronavírus em SC em um mapa interativo
Essa recomendação por cuidados básicos como, o uso de máscaras, a higiene das mãos e o distanciamento social continua válida para os recuperados, segundo a médica infectologista, Regina Valim, porque ainda não há comprovação de que os pacientes estejam completamente imunizados contra o vírus.
– A gente sabe que a infecção pela Covid-19 faz anticorpos, mas não se tem certeza que é um anticorpo protetor. Ainda tem muita coisa da imunologia do vírus que estamos aprendendo. Não se sabe se a quantidade e a qualidade de anticorpos produzidas vai ser protetora – explica.
Conforme a infectologista, existem alguns estudos que apontam a necessidade de um número “adequado” de anticorpos para que sejam considerados efetivos na imunização. Ou seja, o corpo precisa produzir um número mínimo de anticorpos, para que eles neutralizem o vírus no segundo contato.
Continua depois da publicidade
– Já se viu desde a época que iniciou na China relatos de pessoas que teriam sido contaminadas mais de uma vez, o que colocou em dúvida essa questão, se conseguiria fazer um anticorpo protetor – comenta a especialista.
Em fevereiro, os veículos de comunicação divulgaram o caso de uma moradora do Japão que teria contraído a doença duas vezes, segundo informação do governo da província de Osaka, no oeste do país. Ela teria testado positivo no final de janeiro e se recuperado em 15 dias. E 26 de fevereiro, no entanto, refez o teste ao sentir dores de garganta e no peito, que acusou a contaminação.
– Como têm todos esses relatos, se tem essa dúvida, talvez precise ter uma quantidade de anticorpos e uma qualidade para realmente considerar efetivo. Mas, como ainda não se tem nada comprovado, a gente fica um pouco resguardado nas afirmações – pondera Regina.
As incertezas sobre a imunização devem ser sanadas nos próximos meses, acredita a infectologista, já que as pesquisas de vacina se baseiam em uma resposta imunológica, mas enquanto não houver definição, a médica reforça a importância de manter os cuidados.
Continua depois da publicidade