Por Renato Machado e Natália Cancian

O Ministério da Saúde elaborou um plano de transição para uma fase mais branda de isolamento destinado a estados cuja quantidade de casos confirmados do coronavírus não tenha causado impacto severo no sistema de saúde. A mudança está programada para começar no dia 13 de abril.

Continua depois da publicidade

O plano foi antecipado pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com o Boletim Epidemiológico da pasta, divulgado nesta segunda-feira (6), unidades da federação que implementaram o chamado Distanciamento Social Ampliado (DSA) podem passar para o Distanciamento Social Seletivo (DSS), caso os casos confirmados não tenham impactado em mais de 50% da capacidade de saúde instalada.

Em site especial, saiba tudo sobre o novo coronavírus

No chamado Distanciamento Social Seletivo, apenas os grupos de risco ficam isolados, como idosos e portadores de doenças crônicas. Pessoas com idade inferior a 60 anos que não tenham os sintomas podem circular livremente. O objetivo dessa estratégia é promover o retorno gradual às atividades econômicas.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem defendendo publicamente a retomada das atividades econômicas, mantendo isoladas apenas pessoas de grupos de risco para o novo coronavírus.

Continua depois da publicidade

– A epidemia não é igual em todas os estados. Temos localidades que não teriam neste momento nenhuma indicação de fazer distanciamento social ampliado? Essa é que é a questão. Tem locais em que temos de ter uma estratégia diferenciada de distanciamento social? Não temos dúvidas disso – declarou o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira.

– A teoria de distanciamento social seletivo em que eu abro o sistema para que populações jovens possam transitar e criar uma imunidade de rebanho, em teoria, ela é razoável. Não tem problema do ponto de vista metodológico – completa.

A divulgação do plano ocorre no dia em que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, balança no cargo. O presidente Jair Bolsonaro convocou reunião no fim da tarde com todos os ministros e cogita demitir o auxiliar responsável por conduzir as ações do país diante da pandemia do novo coronavírus. Até o fim da tarde de segunda-feira, no entanto, o ministro seguia no cargo.