Nesta segunda-feira (13), Joinville viveu um dia de movimentação normal no Centro da cidade após a reabertura do comércio de rua. O fluxo de pessoas nas ruas já vinha aumentando mesmo antes da flexibilização, que ocorreu por meio da publicação de um novo decreto no sábado (11). Nesta manhã, o número de veículos ainda não havia retornado ao que circulava antes pelas principais vias da região central, mas as calçadas já estavam novamente ocupadas por um grande número de pedestres.

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Pessoas de todas as idades podiam ser vistas, mas o número alto de idosos chamava a atenção. A maioria, sem máscaras no rosto para fazer a prevenção contra o covid-19, o novo coronavírus. Famílias com crianças também passeavam pelo Centro — muitas delas sem as precauções recomendadas pela Secretaria do Estado da Saúde.

Dentro das lojas, os lojistas também dividiam-se entre aqueles que usavam os equipamentos de segurança básicos e os atendentes que permaneceram sem estes cuidados.

— Temos a ciência de que este vírus se propaga no contato humano, então aproveitamos esta oportunidade para dizer aos lojistas e às outras pessoas que usem máscara. Os lojistas obrigatoriamente deverão estar usando máscaras e os provadores deverão estar fechados. De preferência, lacrados — salienta o presidente da CDL de Joinville, Zeca Ramos, recordando que a portaria diz que não será permitido provar roupas nas lojas.

Na loja da família de Beto Faraco, as máscaras não estão apenas na face dos vendedores: são o principal foco do público também.

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— Atendemos todo tipo de demanda de vestuário mas, no momento, 99,9% dos pedidos são de tecido para confecção de máscaras. Não apenas de profissionais, mas de pessoas comuns que estão em casa e estão produzindo para os familiares — afirma Beto.

Ele conta que, entre 18 de março e o último fim de semana, estava comercializando os tecidos por meio de pedidos via aplicativo, que eram enviados para os consumidores por um motoboy. A medida era não só para garantir a permanência das vendas, mas pelos pedidos dos clientes.

— As pessoas queriam fazer as máscaras, mas não tinham onde adquirir os tecidos. Agora, eu espero que a demanda comece a voltar ao normal, mas acredito que ficará assim por muito tempo — avalia ele.

foto mostra a pipoqueira Margarida no centro de Joinville
Dona Margarida foi trabalhar nesta segunda-feira sem muita certeza sobre as vendas (Foto: Cláudia Morriesen)

Bem no "coração" de Joinville, na rua Quinze de Novembro, um rosto conhecido pelos moradores voltou ao Centro, agora com parte do rosto coberto. A pipoqueira Margarida Klouck havia levado seu carrinho embora quando o decreto proibiu o comércio de rua e dependeu da ajuda da filha para pagar as contas nas semanas em que ficou parada.

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— Hoje eu vim trabalhar com medo de que ninguém comprasse, mas já estou vendendo bem. Cheguei tão preocupada que esqueci de comprar luvas, mas já pedi para trazerem para mim — explicou ela, já prestes a assumir todos procedimentos de prevenção ao contágio.

O que pode abrir a partir desta segunda-feira (13)

O governador anunciou a reabertura, a partir deste segunda-feira (13), de hotéis, pousadas, comércio de rua e estabelecimentos que vendam alimentos (este último apenas no sistema pegue e pague, sem consumo no local). Nesses casos terão de ser respeitadas normas técnicas que ainda serão divulgadas — regras de distanciamento e higienização, por exemplo.

O que segue fechado ou proibido até 31 de maio

A restrição vale para os eventos e as reuniões de caráter público ou privado, incluindo excursões, cursos presenciais, missas e cultos religiosos. Também está proibida a concentração e a permanência de pessoas em espaços públicos de uso coletivo, como parques, praças e praias.

O Estado também mantém até 31 de maio a suspensão de aulas nas unidades das redes pública e privada de ensino, municipal, estadual e federal, incluindo educação infantil, ensino fundamental, nível médio, educação de jovens e adultos (EJA), ensino técnico e ensino superior, sem prejuízo do cumprimento do calendário letivo.

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O calendário de eventos esportivos organizados pela Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), assim como o acesso público a eventos e competições da iniciativa privada estão suspensos. Além disso, permanecem fechados até o fim de maio as academias, clubes, cinemas, teatros, casas noturnas, assim como proibida a realização de shows e espetáculos.