Infectologista pediatra e coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o médico e professor Aroldo Prohmann de Carvalho acredita que as medidas de restrição social são fundamentais neste momento. Só elas podem conter a curva de contágio do novo coronavírus, ou seja, a velocidade com que a doença progride, diminuindo assim o número de mortes provocadas por ela.

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— Cada pessoa infectada, mesmo que não tenha sintomas, pode passar a infecção para uma média de quatro pessoas. Então, se as pessoas estiverem circulando normalmente, o risco de um pico muito elevado da doença é altíssimo.

Na avaliação do médico e de outros especialistas, esse aumento elevado de casos sobrecarregaria o sistema de saúde de tal forma que ele não conseguiria anteder a todas as pessoas.

— Achatando a curva, a doença vai ficar por mais tempo, mas é melhor que fique por mais tempo e com menos intensidade do que tenha um crescimento agudo e o sistema de saúde não consiga anteder as pessoas. Quanto mais tempo, com uma curva menor, mais pessoas terão tratamento e haverá menos mortes — observa o médico.

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“Medidas em SC no momento certo”

Antônio Miranda, médico infectologista do Hospital Nereu Ramos, de Florianópolis, avalia que as medidas restritivas visando evitar a circulação de pessoas, como o fechamento do comércio, proibição de eventos e suspensão do transporte de ônibus, adotadas pelo governador Carlos Moisés em Santa Catarina e defendidas também pelo prefeito Gean Loureiro, na Capital, ocorreram no momento certo.

— Isso vai fazer com que a epidemia no nosso Estado seja mais controlada, e que nós tenhamos mais tempo de nos organizarmos para atender melhor as pessoas. Essas medidas deveriam ser tomadas em todo o Brasil — defende o médico infectologista.

Médico Antonio Miranda
Antônio Miranda, médico infectologista do Hospital Nereu Ramos (Foto: Tiago Ghizoni, Banco de Dados, Diário Catarinense)

Prefeito da Capital fez vídeo sobre 'curva de contágio'

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, publicou nas redes sociais na noite deste sábado (21) um vídeo em que fala sobre a curva de contágio do coronavírus, ressaltando a importância de as pessoas ficarem em casa.

Casos em Santa Catarina

Até a noite deste sábado (21), na última atualização feita pela Secretaria de Saúde, Santa Catarina tinha 57 casos confirmados e 410 suspeitos do novo coronavírus.

Eram 10 casos em Florianópolis; seis em Braço do Norte, Tubarão, Criciúma, Itajaí e Balneário Camboriú; quatro em Joinville; dois em Rancho Queimado, Imbituba, Chapecó e São José; e um em Jaguaruna, Jaraguá do Sul, Navegantes, Pomerode e Gravatal.

Curva da doença em SC até o momento:

"Situação sem precedentes"

O infectologista Aroldo Prohmann de Carvalho acrescenta que a pandemia do novo coronavírus é uma situação sem precedentes na saúde, e diz não saber ao certo quanto tempo ela ainda vai durar.

— Não temos como prever o que vem pela frente. Os epidemiologistas acham que vai demorar dois, três meses. Mas é imprevisível.

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Aroldo Prohmann de Carvalho
O médico e professor Aroldo Prohmann de Carvalho (Foto: Arquivo Pessoal)