A situação nos hospitais ainda está sob controle, mas já é pior do que na semana passada e muito pior do que na semana retrasada. O alerta é do diretor-presidente do Baía Sul, Sérgio Brincas, em entrevista ao Estúdio CBN Diário. A instituição de Florianópolis tem, nesta terça-feira (23), seis pacientes internados com diagnóstico confirmado de Covid-19 e cinco com suspeita. O número de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para casos de coronavírus foi ampliado.

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– Há duas semanas, não havia nenhum paciente confirmado, apenas um ou dois suspeitos, e a gravidade aumentou.

Entre segunda (22) e terça-feira (23), o Baía Sul aumentou de 10 para 15 o número de leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19. Nessa unidade, na tarde desta terça havia 10 pacientes – cinco com diagnóstico confirmado e cinco em investigação. Outro paciente está em leito de internação.

Brincas acrescenta que o tempo médio de internação (cerca de suas semanas) reduz a capacidade dos hospitais, que são projetados para períodos mais curtos.

– As unidades destinadas ao Covid são toalmente isoladas do resto do hospital, dependem de uma infraestrutura completa para elas. Se eu destino 20 leitos, posso ter um ou 20 internados nessa unidade. Chegamos a ter 15 leitos e dois doentes. Hoje temos 15 leitos e 12 doentes. Outras internações são curtas, dois, três dias. Os doentes de coronavírus ficam muito tempo no hospital, e a gente perde a capacidade de giro dos leitos. Isso diminui muito a capacidade do hospital.

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Brincas destaca que há casos em que a Covid-19 se agrava mesmo sem que o paciente tenha comobidades: 

– O comportamento dessa doença é atípico, bastante incomum para os quadros virais que a gente está acostumado. Quem acredita que é uma gripezinha estsá muito enganado. Muitas vezes o agravamento da doença acontece em quem a gente não espere.

A movimentação na cidade nos últimos dias preocupa:

– O que a gente viu no fim de semana, vai ter repercussão em duas semanas.

O hospital também observa um aumento nas internações e cirurgias de pacientes com outras doenças. Brincas reforça a importância de não atrasar diagnósticos e tratamentos, mesmo as que necessitem de cirurgia em seu tratamento.