Com os números de pacientes contaminados com o coronavírus em Santa Catarina crescendo, aumenta a atenção para os estoques de materiais de proteção necessários nos hospitais e unidades de saúde. A máscara é o item mais utilizado e que tem começado a faltar em alguns locais, mas conjuntos inteiros de equipamentos de proteção são necessários para a segurança de médicos e enfermeiros que lidam com os pacientes contaminados.

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Conforme o Governo do Estado e entidades que representam a classe médica, por enquanto não há desabastecimento nos hospitais de Santa Catarina e as faltas registradas em alguns locais são pontuais e podem ser resolvidas. Segundo o Secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, o governo catarinense negocia os repasses com o Ministério da Saúde e também busca compras próprias no Brasil e no mercado exterior.

De acordo com os dados atualizados pelo governo federal no dia 26, Santa Catarina era o sétimo Estado do Brasil a receber mais máscaras cirúrgicas do Ministério da Saúde: 335 mil distribuídas desde o início da pandemia.

O presidente do Simesc (Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina), Cyro Soncini, afirma que o abastecimento de equipamentos de segurança não está normal, mas poucos registros de falta de máscaras têm ocorrido nas últimas semanas. No entanto, Soncini afirma que os médicos estão sendo orientados a fazer o equipamento render o máximo possível, para preservar o estoque visando o auge da pandemia:

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– Os médicos precisam dos equipamentos para não adoecer e reduzir o atendimento à população nesse momento. Nosso empenho é na cobrança para que não falte. Estamos orientando sobre o uso da máscara N-95, que é de qualidade um pouco diferente e permite uma proteção maior. Ela pode ser usada até por duas semanas se não for contaminada, diferente daquela máscara cirúrgica. Então não precisa ser descartada todo dia, dá pra seguir usando com segurança para fazer render o máximo possível, dentro do princípio técnico, para não faltar depois.

Na Grande Florianópolis a equipe do Coren-SC (Conselho Regional de Enfermagem) fez vistorias nos principais hospitais públicos na última semana e garantiu que, atualmente, não há falta de materiais. No entanto, a entidade alertou para o estoque baixo que não suportará a demanda que deve aumentar ao longo de abril.

– Temos EPI atualmente, mas a gente considera que o número que nós temos não é para todo o enfrentamento do coronavírus. Sei que o ministério e a secretária estadual estão preocupados e adquirindo mais equipamentos, e acredito que indústrias devem ser acionadas para fabricar mais e garantir para toda a epidemia – avalia a presidente do Coren-SC, Helga Bresciani.

Há também a cobrança para que as unidades de saúde forneçam uniformes para as equipes de enfermagem. Conjuntos com calçado, avental adequado, máscara, touca e luva, que os profissionais possam utilizar no ambiente hospitalar e, no fim da jornada, deixar na unidade.

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– Defendemos que a indústria têxtil de Santa Catarina pode ajudar nisso, fazer esses uniformes que o enfermeiro pode no fim do plantão tomar banho e deixar na instituição. O maior medo do profissional de enfermagem e dos médicos é levar o vírus pra casa – completa Bresciani.

A parceria com a indústria têxtil já rendeu produtos doados para a rede de saúde em Santa Catarina nos últimos dias. No Vale do Itajaí, a Cia. Hering mobilizou parte da capacidade produtiva para confeccionar os uniformes, que abastecem hospitais da região de Blumenau e também outros estados do Brasil onde a marca tem fábricas.