Paula Sperb
Engenheiros voluntários desenvolveram em apenas cinco dias um protótipo de respirador que substitui as mãos de enfermeiros no uso de respirador manual, também conhecido como ambu, utilizado no tratamento para casos graves de coronavírus. O aparelho foi criado no laboratório de Núcleo de Eletrônica do curso de Engenharia Elétrica da UFP (Universidade de Passo Fundo), no Rio Grande do Sul.
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Caso a pandemia do novo coronavírus avance e sobrecarregue o sistema de saúde, o aparelho poderá ser uma alternativa. O protótipo custa cerca de R$ 6 mil, pelo menos 16 vezes menos do que o modelo convencional.
– Os respiradores manuais são de fácil aquisição, mas o que desenvolvemos é a automação da mão de um enfermeiro ou profissional da saúde. Com o protótipo, basta colocar um ambu na máquina e deixar funcionando. Assim, o enfermeiro não precisa ventilar a pessoa e substitui essa tarefa por outra em um momento de crise – explica Adriano Toazza, professor de engenharia elétrica da UFP.
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Já funcionando, o protótipo tem sido testado no laboratório com um calibrador que simula um pulmão.
– Começamos com sucata, com o que tínhamos disponível. Fomos agregando com peças, com ajuda de outras pessoas e assim fomos levando. Na quinta-feira (26) à noite o protótipo estava funcionando – complementa Toazza.
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No laboratório, atua também o técnico em eletrônica Rodrigo Busato. O Ifsul (Instituto Federal Sul-rio-grandense) e o HSVP (Hospital São Vicente de Paulo), de Passo Fundo, também integram o projeto.
– Para ajudar, a gente faz o que sabe, que é produzir equipamento eletrônico. Ele será encaminhado para o HSVP para ser avaliado do ponto de vista médico – diz o professor.
São 13 profissionais envolvidos na elaboração do protótipo, incluindo o professor Oneide Paixão, que também é engenheiro do HSVP. Por isso, Paixão tem aproximado o projeto da demanda hospitalar. O HSVP é o maior hospital da região de Passo Fundo, que abrange 2 milhões de habitantes das cidades próximas.
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