Com os ônibus parados há quase um mês em Santa Catarina por conta do coronavírus, táxis e carros de aplicativo têm sido as únicas alternativas de muitas pessoas que precisam de transporte durante a pandemia. Mas o risco de contágio pela Covid-19 dentro desses veículos exige cuidados.
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Segundo a médica Sabrina Sabino, que integra a Sociedade Brasileira de Infectologia e acompanha a evolução do novo coronavírus no Estado, a medida de prevenção mais básica para motoristas e passageiros é o uso da máscara. Ela sugere o uso de máscaras de pano, recomendadas para quem não é profissional da saúde e não possui sintomas da doença.
Outra medida essencial é o uso de álcool gel, reforça a médica. Ela orienta que os motoristas disponibilizem o item dentro dos carros, para que eles e os passageiros possam usá-lo.
— Além disso, há outros cuidados importantes, como guardar as compras no porta-malas do carro, evitar qualquer tipo de contato físico, conversar o mínimo possível e deixar o veículo sempre ventilado, sem usar ar-condicionado e mantendo as janelas abertas — sugere Sabrina Sabino.
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A médica recomenda ainda que os motoristas façam a higienização constante do interior do automóvel durante o dia de trabalho, sobretudo nas áreas utilizadas pelo passageiro e nos locais de contato, como maçanetas e trinco de portas. A limpeza pode ser feita com álcool ou água sanitária, afirma a infectologista.
Máscara para motoristas é regra
A portaria 235, publicada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Santa Catarina no dia 8 de abril, estabelece regras para motoristas de táxi e de outros aplicativos de transporte. O uso de máscaras durante a realização das atividades é uma delas.
O texto estipula ainda, entre outras coisas, que os motoristas devem: circular com as janelas abertas; disponibilizar álcool 70% no interior do carro; higienizar o veículo com água e sabão ou desinfetá-lo com álcool a cada cliente.
Com medo de contágio, motorista parou de trabalhar na pandemia: "não vale o risco"
Para o motorista de aplicativo Sérgio Scherer, 46 anos, de Florianópolis, diante da baixa procura pelos meios de transporte durante a pandemia, não vale a pena correr o risco de se infectar. Ele conta que decidiu parar de trabalhar na mesma semana em que as primeiras medidas de isolamento foram anunciadas em Santa Catarina, quase um mês atrás.
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— Naquela semana o movimento já havia baixado, somente no dia 16 de março houve movimento normal, a partir daí caiu bastante. Quando suspenderam os ônibus achei que teria movimento, mas não teve, e estou desde então sem trabalhar, contando com a ajuda da família. Na minha opinião, não vale a pena o risco — afirma o motorista.
Situação em Santa Catarina
Santa Catarina está há quase um mês com restrições sociais para conter o avanço do coronavírus. As medidas de isolamento começaram a valer no dia 18 de março. O funcionando do transporte coletivo, shoppings, academias e realização de eventos continua suspenso. O Estado contabiliza 884 casos confirmados de Covid-19 e 29 mortes, conforme a última atualização da SES, feita na noite de quarta-feira (15).