Santa Catarina está organizando uma ação conjunta com as polícias militares e rodoviárias do Rio Grande do Sul e Paraná com o objetivo de reforçar a fiscalização nas divisas entre os estados. O objetivo é fazer cumprir o decreto do governador Carlos Moisés da Silva, que na quinta-feira proibiu a circulação e o ingresso no estado de veículos de fretamento e transporte coletivo, público ou privado, de passageiros.
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No entanto a Polícia Rodoviária Federal informou que não havia nenhuma ação diferente nas divisas das rodovias federais até o início da tarde desta sexta-feira. Em Itapiranga o fluxo também foi normal dos cerca de 1,4 mil funcionários de agroindústrias que atravessam o rio Uruguai, de barca ou barcos, do Rio Grande do Sul para Santa Catarina.
A Polícia Rodoviária Estadual de São Lourenço do Oeste, na divisa com o Paraná, disse que está monitorando o decreto mas não havia passado nenhum ônibus pelo local até o início da tarde desta sexta-feira.
O comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Santa Catarina, tenente-coronel Ricardo Alves da Silva, confirmou que está em reuniões com a Polícia Militar do Rio Grande do Sul e Paraná para bloquear os principais acessos para o transporte de passageiros. O efetivo é insuficiente para bloquear todos os acessos e por isso é necessária uma ação conjunta.
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O comandante da Polícia Militar de Santa Catarina confirmou essa ação mas não deu prazo para o início da fiscalização.
– Estamos operacionalizando – disse o comandante.
Ele afirmou que as polícias rodoviárias estarão integradas nessa ação. E destacou que o transporte das agroindústrias deve ser gerenciado de forma separada.
Além dos 1,4 mil trabalhadores gaúchos que trabalham na JBS de Itapiranga, há funcionários da Aurora e BRF que também são dos estados vizinhos e trabalham nas unidades de Chapecó e Abelardo Luz, por exemplo.
O diretor-executivo do Sindiato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Jorge de Lima, disse que conversou com o secretário da Agricultura, Ricardo de Gouvêa, que segundo ele garantiu a manutenção do transporte dos funcionários de serviços essenciais como agroindústrias, saúde e supermercados.
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Trânsito na Fronteira está fechado
Na Fronteira com a Argentina está proibido o trânsito tanto daqui para lá, quanto de lá para cá, devido a decretos presidenciais. Ontem houve fila de argentinos retornando para seu país devido à exigência de exames médicos para retornar. O Brasil também fechou a fronteira para a entrada dos estrangeiros.
– Desde às 15h de ontem não entrou nenhum carro na aduana, onde estamos com uma equipe. Normalmente são pelo menos 400 veículos por dia, não pelo turismo, mas pelo fluxo entre as cidades, que são vizinhas. Também circulamos pela fronteira terrestre mas do lado argentino já havia um controle do fluxo e agora não tem ninguém na rua, a não ser crianças jogando bola do lado argentino – disse o delegado chefe da Polícia Federal de Dionísio Cerqueira, Daniel Reschke.
Normalmente existe grande fluxo entre Dionísio Cerqueira e Bernardo e Irigoyen, principalmente pelo comércio. Alguns produtos, como vinhos, chegam a custar 1/3 do preço praticado no Brasil.
Além do fluxo local até quinta-feira, quando houve o bloqueio, 91 mil entradas e saídas de estrangeiros haviam sido registradas na delegacia da Polícia Federal de Dionísio Cerqueira, em 2020.
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No posto migratório de Paraíso, foram 64.149 pessoas. No entanto o posto que fica no final da BR-282, próximo da ponte do rio Peperi-Guaçu, fechou no dia 15 de março, pela redução de fluxo após o período de férias. Lá ficou somente um posto de finalização da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Aliás, a Cidasc possui 63 barreiras na fronteira com a Argentina e nas divisas como Rio Grande do Sul e Paraná. Estes pontos, que servem para o controle sanitário do estado, também devem ser base para a fiscalização dos ônibus.
Por enquanto o trânsito de veículos de passeio está liberado. A aduana de cargas de Dionísio Cerqueira também continua funcionando, mas o fluxo diminuiu, segundo a Receita Federal.