Após a confirmação de contaminação comunitária do novo coronavírus no Sul de Santa Catarina, o governo do Estado decretou situação de emergência em todo o território catarinense a partir desta quarta-feira (18), com uma série de restrições para a população. A decisão foi anunciada em coletiva de imprensa um dia antes das medidas entrarem em vigor, e tem como objetivo conter a rápida propagação do Covid-19, um vírus que pode não apresentar sintomas em muitas pessoas, mas se propaga rapidamente.

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O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) explicou, durante anúncio do decreto, que as medidas foram tomadas no momento em que a doença chegou a um estágio superior de transmissão, com objetivo de reduzir a curva de contaminação em todo o estado:

— É um inimigo invisível e que já está em nosso território. Muitas pessoas já foram contaminadas e nem sabem, porque não apresentam sintomas. Por isso é muito difícil definir o raio de contaminação. Pode estar circulando em lugares que nem imaginamos.

A ponderação do governador tem amparo em estudos da área da saúde. Médica infectologista do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ivete Masukawa, esclarece que a contaminação comunitária eleva para 3 o estágio da doença no Estado. Significa que não é mais possível identificar a origem da contaminação.

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Com isso, a preocupação se volta em reduzir ao máximo o número de contato entre as pessoas, para minimazar a progressão do contágio:

— Quando se tem uma doença, a transmissão tem um número “x” de acometidos. Esse vírus tem alta taxa de ataque, porque cada pessoa infectada contamina outras três, o que coloca em risco a população mais suscetível.

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(Foto: Arte DC)

De acordo com a especialista, outro problema que agrava a disseminação, é que o Covid-19 é uma doença considerada assintomática, ou seja, ela aparece como um simples resfriado para as pessoas que não fazem parte dos grupos de risco, que são pessoas idosas, com doenças respiratórias crônicas e de baixa imunidade.

— Se as pessoas se contaminam e têm contato com a população mais suscetível, o quadro de saúde desses pacientes se agrava. E se essas pessoas precisarem ocupar as unidades de saúde, onde há um número restrito para atendimento e costumeiramente filas para atendimento, teremos sérios problemas de controle — avalia.

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A infectologista ainda comenta que, como qualquer outra epidemia, óbitos são esperados e vão ocorrer, motivo pelo qual sugere que todas as orientações de prevenção sejam seguidas pelos catarinenses:

— Não é momento para relações sociais, mas de colaboração e solidariedade. É hora de deixar o egoísmo de lado e pensar que existem grupos com baixa imunidade e, também, grupos com baixa aquisição. É hora de auxiliar uns aos outros.

Cuidados e orientações

A Defesa Civil de Santa Catarina alerta sobre a situação de emergência decretada pelo governo do Estado e reforça para que a população permaneça em sua residência por sete dias para evitar transmissão do coronavírus.

A médica infectologista Ivete Masukawa ressalta entre os cuidados, a colaboração das pessoas. Segundo a especialista, "se o governo toma medidas, elas precisam ser seguidas" rigorosamente. Ela ainda cita outros cuidados:

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— Evitar aglomerações. Não é hora para relações sociais.

— Ficar em casa, sem visitas.

— Seguir a etiqueta da tosse e do espirro: colocar o braço na frente, ao invés das mãos.

— Seguir as medidas básicas de higiene, com limpeza de mãos.

— Não espalhar falsas informações.

Veja o que pode ou não funcionar em SC com o decreto de emergência: