Com a autorização do governo do estado para a volta das atividades em Santa Catarina, alguns restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos alimentícios começaram a reabrir as portas nesta quarta-feira (22) em Joinville. O decreto havia sido estabelecido no dia 18 de março proibindo tais estabelecimentos a receber clientes em seus espaços em razão da pandemia do novo coronavírus. Apenas ficou permitido a entrega de alimentos no formato “pague e leve” ou drive-thru.

Continua depois da publicidade

> Em site especial, saiba tudo sobre coronavírus

Um restaurante situado no bairro Glória há 30 anos, por exemplo, atendeu aos clientes obedecendo as medidas restritivas decretadas pelo Estado a partir desta quarta. Entretanto, logo em seu primeiro dia, o restaurante que costuma atender de 500 a 700 pessoas por dia, recebeu cerca de 100.

– Como nossa estrutura é grande, por fazer eventos e ter estoques, conseguimos nos adaptar mais rápido. Eu imagino uma casa pequena, na qual o marido cobra, a esposa ajuda na cozinha, por exemplo. Correr atrás de todas as normas e se adaptar. Tanto que muitos nem reabriam – considera.

De fato, muitos estabelecimentos ainda vão reabrir as portas de forma gradativa. Conforme o secretário da Câmara Setorial de Gastronomia e Entretenimento da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Joinville), Tomé Emanoel de Souza, ainda não deu tempo para que todos os empreendimentos aderissem ao decreto estabelecido pelo governo do estado.

Continua depois da publicidade

– A maior parte dos restaurantes está trabalhando com quadro de funcionários reduzido, contratos suspensos e menor jornada de trabalho. A portaria foi publicada na segunda-feira, ontem tivemos o feriado, as contabilidades estavam fechadas. Não tivemos tempo para retornar e nos adaptar – acrescenta.

Conforme Tomé, o seguimento apresentou perdas significativas no município durante os 30 dias em que tiveram de se manter fechados ou atuando com menor capacidade de produção.

– Tem um restaurante na cidade que tinha 14 funcionários e agora está atuando com apenas um. Todo o restante foi demitido. A maioria dos restaurantes demitiu pelo menos um funcionário – reforça.

> Leia também: o terror no Amazonas serve de alerta para Santa Catarina

Segundo ele, o impacto foi sentido não só com relação às demissões, mas também na receita de faturamento das empresas, aos clientes que ficaram sem atendimento e ao próprio governo que ficou sem arrecadações.

Continua depois da publicidade

Outro fator que preocupa é em relação à confiança dos clientes. Isso porque, mesmo com a flexibilização, muitas pessoas continuarão sem sair de casa ou reduzirão a frequência nos estabelecimentos aderindo às restrições de segurança.

– A gente sabe que não teremos o fluxo de clientes que tínhamos no ano passado. Até mesmo porque o decreto colocou uma série de restrições. Um restaurante que vendia R$ 100 mil ao mês, por exemplo, se voltar bem, vai voltar a vender R$ 30 mil. A gente sabe que não vai conseguir volta fazendo a venda que tínhamos no ano passado – prevê Tomé.

Ainda segundo ele, é grande a possibilidade de haver mais demissões durante e após o período de flexibilização em detrimento da falta de faturamento.

Sindicato avalia setor de alimentação com associados

Por meio de nota enviada à imprensa, o sindicato de hotéis, restaurantes, bares e similares de Joinville e região informou que, embora estejam otimistas, a reabertura dos estabelecimentos ainda está sendo reavaliada. Isso porque, segundo o sindicato, os empresários do setor precisam se adaptar às normas restritivas exigidas pela portaria, em especial a regra de distanciamento de 1,5 metro entre cada cliente. Além de impossibilitar a permanência das famílias em uma mesma mesa, a regra reduz a capacidade de público dos estabelecimentos que deverão atender cerca de 30% da capacidade de ocupação do local.

Continua depois da publicidade

Veja a nota na íntegra:

"O VivaBem – Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville e Região, está avaliando com seus associados do setor de alimentação (restaurantes, bares, lanchonetes, cafeterias e afins) os desafios e prioridades para a reabertura dos estabelecimentos a partir desta quarta-feira (22/4), conforme autorizado pelo Decreto do Governo de Santa Catarina.

Embora otimistas com a liberação das atividades, os empresários do setor deparam-se, agora a necessidade de se adaptar às normas exigidas pela portaria em vigência e, ainda, com outros fatores também decorrentes do estado de emergência em saúde pública.

Entre as exigências previstas na portaria, um dos pontos mais discutidos pelo setor, é o 'distanciamento de 1,5 metro de raio entre cada cliente, que estiver consumindo no local'.

Avaliamos tal exigência como um ponto delicado, haja vista que impossibilita a permanência de uma mesma família, na mesma mesa.

Continua depois da publicidade

Além disso, a medida reduz drasticamente a capacidade de público de um estabelecimento. Por exemplo, para se adaptar à exigência, um restaurante com capacidade para 150 lugares, pode ter esse número reduzido a 40 lugares. O que representa menos de 30% da capacidade de ocupação do local.

Em relação aos funcionários, muitos estabelecimentos suspenderam os contratos de trabalho dos seus colaboradores e precisam de um prazo mínimo de dois (02) dias para solicitar que retornem ao trabalho.

Por fim, a falta de transporte público coletivo é outra dificuldade encontrada pelas empresas. Sem o serviço, é preciso buscar alternativas, como a contratação de transporte particular.

Diante deste cenário de instabilidade, o Sindicato VivaBem está acompanhando seus associados e, nos próximos dias, poderá fornecer informações mais concretas sobre questões como movimentação de público e adaptação das empresas e clientes à nova rotina dos estabelecimentos."

Continua depois da publicidade

Confira as regras para reabertura de restaurantes:

Estão inclusos bares, cafeterias, pizzarias, casas de chás, casas de sucos, lanchonetes, confeitarias e afins.

– Afastamento mínimo de distância de 1,5 m de raio entre cada cliente que estiver consumindo no local;

– Os clientes devem usar máscara ao entrar no estabelecimento, devendo retirar apenas no momento da refeição, colocando-a novamente após o término;

– Os locais disponíveis para assento deverão estar sinalizados de forma adequada para fácil identificação dos clientes;

Continua depois da publicidade

– Somente os clientes que estiverem de máscaras poderão acessar o estabelecimento;

– Álcool 70% devem ser oferecidos na entrada e no início da fila do buffet;

– Talheres devem estar embalados individualmente. Pratos, copos e demais utensílios protegidos precisam ficar protegidos;

– Todo cliente precisará higienizar mão com álcool e calçar luvas descartáveis que serão oferecidos pelos estabelecimentos, antes de pegar os pratos e os talheres.

– Os talheres para servir só poderão ser manuseados com as luvas;

– Filas de caixa e de atendimento devem ter distância mínima de 1,5;

Leia as últimas notícias de Joinville e região.