Com a volta das atividades comerciais em todo o estado, as medidas de segurança devem ser redobradas para evitar a disseminação do coronavírus. A maior preocupação da Secretaria da Saúde em Joinville é a mesma em relação a todas as cidades que possuem número de casos positivos: a superlotação e falta de estrutura para atender casos graves e simultâneos no município.
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Em entrevista à Rádio Globo na manhã desta segunda-feira (13), o secretário da Saúde, Jean Rodrigues, afirmou que o cenário projetado pela secretaria é de que a população em massa terá contato ou irá contrair o coronavírus em algum momento.
– Nosso grande desafio é alongar essa contaminação para que aconteça paulatinamente, para que o sistema de saúde possa dar suporte e não tenhamos o que está acontecendo na Espanha, por exemplo: escolher entre idosos e jovens que vão viver ou não em relação ao acesso de leito de UTI – detalhou.
A secretaria afirma, ainda, que a cidade não atingiu o pior cenário do ano. Conforme Jean, o cenário é de 20 semanas. Na última sexta-feira, a cidade confirmou o 50º caso confirmado e, partir de agora, são considerados 14 dias para avaliar a evolução da situação na cidade.
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– Os próximo 14 dias vão nos mostrar se essa evolução é exponencial ou geométrica. Ou seja, vamos saber se conseguimos ou não achatar a curva em Joinville explica o secretário.
Por que o município divulga números diferentes do Estado?
Conforme o secretário, há um procedimento de comunicação entre a vigilância epidemiológica municipal para a estadual. Após lançado no sistema, a vigilância estadual realiza uma checagem e só depois os dados são anunciados oficialmente, o que pode levar mais dias. O município, entretanto, escolhe divulgar as informações imediatamente como forma de evitar a disseminação de falsas notícias.
– Algumas precauções precisam existir após as confirmações ou mortes por coronavírus. Existe nota técnica sobre a questão dos enterros com caso positivo de covid-19, por exemplo. Nós temos todo um cuidado sanitário em relação a isso – completa.
Uso da hidroxicloroquina e testes rápidos
O secretário também informou que a hidroxicloroquina, medicamento de uso controlado que tem efeito imunomodulador, está sob testes em pelo menos três hospitais de Joinville. Segundo ele, o medicamento está vindo via governo do Estado para casos confirmados de covid-19 e já estão sendo feitos ensaios clínicos nos hospitais de referência.
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– Ainda é prematuro divulgar os resultados, mas estamos fazendo uso da medicação e logo faremos a divulgação sobre a eficácia do medicamento – reforça.
Além disso, o município ainda aguarda os testes rápidos. Os trabalhadores das áreas de saúde, segurança e salvamentos serão os primeiros grupos a serem submetidos aos exames. A escolha foi pela condição de estarem na linha de frente do enfrentamento da pandemia.
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Dengue e H1N1 também preocupam
Ainda segundo o secretário, outras epidemias enfrentadas pela cidade também preocupam. A dengue, por exemplo, também pode levar à internação hospitalar em casos mais severos.
– Ela (dengue) se prolifera rápido por meio do mosquito, que já está há um tempo e já é considerado nativo – reforça.
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A secretaria informou que novas medidas serão adotadas com novos mutirões a partir desta semana em diversos bairros infestados.
– A dengue é tão ou mais maléfica para o nosso sistema de saúde quanto o coronavírus e precisamos combater com força. Sobre a questão dos bairros que estão contaminados pelo mosquito, precisamos s trabalhar a eliminação dos focos – pontua.
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Segundo ele, outro grande desafio da cidade é enfrentar as três epidemias de forma simultânea: coronavírus, dengue e H1N1 com a aproximação do inverno. A secretaria reforça que, nesta semana, um novo processo de agendamento para vacinas contra H1N1 será disponibilizado por meio da internet. Desta forma, especificamente os idosos poderão realizara o agendamento pelo site da prefeitura para evitar aglomerações.