Nestes dias atípicos, de quarentena, em que é recomendado que todas as pessoas que não exercem atividades essenciais permaneçam dentro de casa, há joinvilenses que estão se colocando à disposição para prestar boas ações. Esse é o caso de alguns moradores de Joinville e região que estão prestando apoio e se disponibilizando para fazer as compras às pessoas que não podem sair de casa por causa do coronavírus.
Continua depois da publicidade
> Em site especial, saiba tudo sobre coronavírus
O grupo de risco é composto por pessoas acima dos 60 anos e com doenças crônicas. Gestantes também devem tomar cuidado redobrado. Para estas pessoas, uma atividade simples como ir ao supermercado, por exemplo, pode causar problemas sérios, já que estes grupos tem menos resistência à doença e podem chegar a quadros respiratórios graves.
Em meio à epidemia, a servidora pública Priscila Evaristo é um dos exemplos de pessoas que atuam na comunidade vivem. Ela mora no bairro Glória e, por meio de um recado deixado no elevador do prédio, se disponibiliza junto com outros moradores para ir às compras para quem faz parte do grupo de risco.

Priscila conta que a ação, além de auxiliar outras pessoas, também serve de exemplo para a filhinha de sete anos.
Continua depois da publicidade
– Ela está super empolgada com tudo isso e feliz em poder ajudar – conta.
No prédio de Jaqueline há três idosos e cerca de cinco pessoas que também fazem parte do grupo de risco.
– É importante ressaltar também que isso não é um incômodo. Se nós nos disponibilizamos, é porque realmente podemos e queremos ajudar. Eles podem nos dar essa demanda sem pensar que estão incomodando – destaca.
Além dela, outro exemplo é o Lucas Pereira, de 19 anos. Ele é morador de Pirabeiraba e fez uma publicação em uma rede social se colocando à disposição das pessoas do grupo de risco.
– Eu percebo que, aqui na minha região, há muitos idosos, por exemplo. Então resolvi fazer isso porque sei o quanto é importante, me preocupo muito com isso, e já tem surtido muito efeito – pontua.
Continua depois da publicidade
Lucas já ajudou pelo menos seis pessoas que moram próximo a ele. De bicicleta, ele busca produtos em farmácias e mercadorias em supermercados.

Sem contato físico
Na prática, a maior parte do contato é feita por meio de aplicativos de mensagem. Eles combinam a forma de pagamento com o solicitante, vão ao comércio para as compras e deixam as mercadorias em frente à porta do morador, evitando o contato físico. Lucas conta que evita circular durante horários de maior movimento nos comércios. Além disso, ele toma cuidado com a higienização dos produtos e das mãos.
Para o infectologista Luiz Henrique Mello, além de ser uma boa ação, as pessoas que a fazem também tiram benefício para si, considerando que auxiliam com a diminuição da circulação de mais gente em ambientes propícios ao contágio.
– As pessoas têm que comer, têm que ter os itens de primeira necessidade; tudo isso tem que ser adquirido. Considero uma atitude bem interessante. Há várias pessoas que precisam de ajuda e, às vezes, não tem um filho ou alguém que possa fazer isso por elas – pondera.
Continua depois da publicidade
Ainda segundo ele, mesmo assim, os cuidados básicos de higienização devem ser os mesmos.
– Os elementos que são transportados não tem potencial de contaminação. A higienização deve ser feita normalmente como já é feito em qualquer circunstância. Não muda nada a recomendação em relação à higienização dos produtos, frutos e alimentos por causa do corona – completa.
Entretanto, conforme o infectologista, a higienização das mãos é de suma importância.
– A mão é uma fonte muito eficiente de transmissão. Se você tocar qualquer superfície que tenha a possibilidade de estar contaminado, higienize as mãos. Pegou no dinheiro, lave as mãos com água e sabão, que tem o mesmo efeito do álcool em gel – destaca.
É preciso comprar só o necessário
Luiz Henrique ainda destaca a importância de manter a serenidade em um momento como este e lembra que, mesmo que não haja a possibilidade de sair de casa para fazer compras, é importante não solicitar mais do que o necessário.
– O que não pode é ir todo mundo ao mercado ao mesmo tempo. Além disso, importante manter a distância. Fazer estoques só vai fazer com que os preços subam. E se o número de pessoas infectadas aumentar, a mesma conduta de serenidade deve ser tomada para que não aconteça algo que não é o que a gente quer – salienta.
Continua depois da publicidade