O Festival de Dança de Joinville, marcado para ocorrer entre 21 de julho e 1º de agosto de 2020, está mantido mas, por causa da pandemia do coronavírus, os prazos foram prorrogados e as vendas dos ingressos foram adiadas enquanto a organização monitora a situação da doença no Brasil. Considerado o maior do mundo em número de participantes, mesmo se ocorrer, o evento precisará de medidas de prevenção e segurança que podem alterar o sistema em que atua há 38 anos.
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— Será um Festival diferente, disso não há dúvidas. Não será do jeito que foi nos anos anteriores — avalia o presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz.
No ano passado, o Festival de Joinville registrou mais de 9 mil participantes inscritos. Em suas programações mais importantes, a Mostra Competitiva, as Noites dos Campeões e a Noite de Abertura, que ocorrem dentro da arena multiuso do Centreventos Cau Hansen, pelo menos 4 mil pessoas se reúnem para assistir as apresentações. O evento também oferece outros espetáculos em espaços menores, cursos e a maior feira de artigos de dança da América do Sul — em todos eles, a aglomeração de pessoas é inevitável.
A decisão sobre a promoção da 38ª edição do Festival de Joinville deve ocorrer até fim da primeira quinzena de maio. Para Diniz, as próximas cinco semanas serão decisivas para que esta definição possa ocorrer e dependerá da curva de contágio em Santa Catarina. Por enquanto, a maior alteração no calendário foi a venda de ingressos: a abertura da bilheteria deveria ter acontecido nesta quarta-feira, 1º. Ela foi suspensa e, se o evento for confirmado, poderá abrir em junho.
— Teremos que ter uma garantia de que o índice diminuiu, e aí verificaremos para tomar uma decisão. Ouvindo as autoridades, saberemos se há condições de realizar ou não. Tudo será feito dentro das conformidades para ter certeza de que não haverá nenhum prejuízo — afirma ele.
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Apesar dos adiamentos nas inscrições, o Festival de Dança não chegou a ter seu cronograma prejudicado. Segundo Diniz, os prazos foram prorrogados a pedido dos grupos, que estavam com dificuldades para gravar os vídeos das inscrições, mas que pedem que ele aconteça. Os grupos e escolas costumam começar a preparação para o Festival de Joinville assim que ele acaba, em agosto. Além disso, ele é responsável por movimentar Joinville em julho e garantir quase 100% de ocupação hoteleira.
— Se conseguirmos fazer o Festival, acho que será um alento muito grande para o setor de turismo da cidade — analisa Diniz.
O que já mudou:
Ingressos
A abertura da bilheteria, que deveria ocorrer em 1º de abril, foi suspensa. Ela aguarda a definição de que o evento ocorrerá para que os ingressos possam começar a ser vendidos. A Noite de Abertura de 2020 tem a Escola Bolshoi Brasil como convidada, em comemoração aos 20 anos da abertura da instituição, mas o espetáculo a ser apresentado ainda não foi anunciado.
Prazos para inscrições
As inscrições de coreografias para a Mostra Competitiva, o Meia Ponta e o Palco Aberto, que inicialmente encerrariam em 16 de março, foram prorrogadas para 17 de abril (inscrição documental) e 23 de abril (envio dos vídeos com a coreografia).
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Seletiva presencial
Tradicionalmente, a segunda etapa do processo de seleção ocorre de forma diferente para os participantes de Joinville. Por tratar-se da cidade-sede, os grupos e bailarinos dançam no Teatro Juarez Machado, para a banca de jurados, como uma forma de evento paralelo do Festival de Joinville fora de julho. Em 2020, esta programação não deverá ocorrer e os joinvilense entram nas avaliações por vídeo como ocorre com todos os outros concorrentes. Esta decisão ainda não foi oficializada pela organização e, por isso, ainda não há um cancelamento da seletiva presencial, que a princípio ocorreria em 10 de maio.