O número de homicídios em Joinville não apresentou queda durante o período de isolamento social por causa do coronavírus. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que os assassinatos registrados de 16 de março – dois dias antes do início da quarentena no Estado – até a última segunda-feira (13) representam 43,7% de todos os homicídios contabilizados na cidade em 2020.

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A polícia registrou 14 homicídios nesse intervalo de 28 dias, que compreende o período de isolamento. Os números representam uma média de um assassinato a cada dois dias. Já nos outros 76 dias do ano – de 1º de janeiro a 15 de março – foram cometidos 18 assassinatos em Joinville, o que representa uma média de um a cada quatro dias.

No entanto, o número significativo de homicídios no intervalo de 16 de março a 13 de abril não tem, necessariamente, relação direta com o isolamento social. O delegado Dirceu Silveira Júnior, da Delegacia de Homicídios de Joinville, defende que a quarentena não tem impacto nesse tipo de crime.

– O crime não tem isolamento social, então os delitos como os homicídios continuam acontecendo – garante.

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No mesmo período de 2019, de 16 de março a 13 de abril, foram registrados seis assassinatos (26% do total), enquanto de 1º de janeiro a 15 de março haviam sido 17 homicídios.

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Assassinatos aumentam 39,1% neste ano

Neste ano, o número cresceu no período de recorte dos 28 dias, mas também de uma forma geral até agora no ano. Até a última segunda-feira (13), Joinville havia contabilizado 32 assassinatos, um aumento de 39,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

O delegado Dirceu Silveira Júnior analisa que as causas para o crescimento podem ser diversas porque essas situações são sazonais, sem um motivo específico.

– As causas de 90% desses crimes continuam repetindo as questões que envolvem o tráfico de drogas e facções criminosa. Um ou outro que foge dessa realidade – acrescenta.

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Para comandante da PM, número é menor

Para o comandante da 5ª Região da Polícia Militar, coronel Dirceu Neundorf, o número de homicídios na realidade é menor porque nos dados são considerados também as mortes em confrontos com a polícia, os feminicídios e as mortes dentro de unidades prisionais, que podem entrar em outras estatísticas das autoridades de segurança.

– Na verdade, não está acima porque não tem como prever um crime dentro do presídio e outra coisa é o crime em confronto. Também teve a soltura de vários presos com tornozeleiras, o que aumenta a criminalidade – explica.

Mesmo com o isolamento social, a Polícia Militar continua o trabalho normalmente, inclusive com as operações. O mesmo acontece com a Polícia Civil. Na Delegacia de Homicídios, por exemplo, os inquéritos e as investigações seguem em andamento, até porque as provas periciais e materiais das ocorrências precisam ser preservadas.

Santa Catarina tem crescimento nos homicídios

Os dados de todo o Estado mostram que Santa Catarina teve um crescimento no número de homicídios de 1º de janeiro até 13 de abril, comparado ao ano passado. São 250 assassinatos registrados até o momento contra 207 em 2019. No entanto, o número deste ano é menor do que em 2018 (266 homicídios) e 2017 (315).

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No recorte de 16 de março – dois dias antes da quarentena – até 13 de abril, os dados mostram 71 homicídios em todo o Estado. Isso representa 28,4% de todos os assassinatos até agora em 2020.

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