Mesmo sem ônibus desde a meia-noite de quarta-feira, quando houve a suspensão do transporte coletivo, o Terminal de Transporte Urbano Municipal de Chapecó não estava completamente vazio na manhã desta quinta-feira. Algumas pessoas ocupavam os bancos como se ainda esperassem a chegada de um ônibus que não viria. Entre eles estavam Pedro Tavares, 52 anos, e Eudo Barbosa, 27 anos. Eles contaram que são do Pará e estão há uma semana em Chapecó, procurando emprego. Tinham entrevista marcada para esta quinta-feira numa rede de supermercados. Mas ao chegarem no local, o centro da cidade, souberam que tinha sido cancelada. Pior é que gastaram R$ 14,50 em transporte pelo aplicativo, do bairro Efapi até o Centro.
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– Paramos aqui para descansar pois a gente não conhece muito a cidade. Estávamos acostumados a usar o ônibus. Estamos na casa de parentes, que faz tempo que nos convidavam para vir para cá, pois tem emprego e é uma cidade boa. Deixamos o currículo em agroindústria, supermercados e balcão de empregos. Mas agora está tudo suspenso – lamentou Tavares.
As lojas do terminal de transporte coletivo também amanheceram fechadas, conforme determinação do decreto do governo do Estado. Às vezes é possível ver algumas pessoas com máscara, como uma jovem que aproveitou que não tinha ônibus no terminal para passar pelo local com sua bicicleta.
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A Polícia Militar também faz rondas pelo local, para garantir que todos cumpram a determinação de não abrir. Num bar na esquina do terminal, os donos fazem a limpeza do local.
Uma pessoa que caminhava pela rua para no terminal para fazer uma “selfie”. Trata-se de Kartan Collet, que é autônomo e trabalha com desenvolvimento humano. Como nunca tinha visto o terminal vazio, quis registrar o momento.
– Estava passeando na cidade para ver o clima. Esse é um cenário que a minha geração nunca viveu, com vários países unidos em prol da saúde do planeta, por uma causa maior. Nas ruas parece feriado, a sensação é de que desbloqueia nossa mente para entender esse ritmo mais parado – disse.

Ele afirmou que não está com medo do coronavírus, mas vem tomando algumas precauções, como manter-se bem alimentado para manter a imunidade alta. Também mantém exercícios, meditação e oração para que os doentes se recuperem.
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Nas ruas de Chapecó há algumas vias mais movimentadas, como a Avenida Getúlio Vargas, e outras com poucos carros. Nos supermercados há movimento mas já bem menor do que na quarta-feira, quando os estabelecimentos chegaram a controlar a entrada de clientes.
Num açougue da avenida General Osório o movimento de pessoas aumentou, pois os clientes procuraram abastecer a geladeiras para ficar em casa. Os restaurantes estão fechados mas alguns estabelecimentos estão oferecendo o serviço por “delivery”.
Ainda há pessoas circulando pela rua mas o movimento é bem menor do que o normal. Alguns vão nos supermercados, outros levam os cães para passear e alguns fazem caminhadas. Aos poucos as pessoas tentam adaptar sua rotina às novas determinações de combate à expansão do coronavírus.