Um total de 17,7 milhões de pessoas não puderam procurar emprego na última semana de maio por causa da pandemia de covid-19 ou por falta de vagas na região em que moram. Os dados são da pesquisa PNAD Covid19, feita pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde. Os números da quarta semana de maio foram divulgados nesta terça-feira (16). Os dados da pesquisa por Estado devem ser divulgados apenas no dia 24.

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Segundo o levantamento, esse grupo se junta a outros 10,9 milhões estavam desempregados e em busca de uma ocupação no período da pesquisa. Com isso, no mês passado, o país chegou à marca de 28,6 milhões de pessoas que queriam um emprego, mas tinham dificuldades para entrar ou retornar ao mercado de trabalho, por conta da falta de vagas ou do receio de infecção pelo novo coronavírus. A taxa de desocupação no país era de 11,4% ao fim de maio.

O IBGE estima que 84,4 milhões de pessoas estavam ocupadas no país em maio. No entanto, segundo a pesquisa 169,9 milhões estavam em idade para trabalhar. Com isso, menos da metade dessa população (49,5%) estava trabalhando no mês passado.

Ainda segundo a pesquisa do IBGE, outros 29 milhões de trabalhadores brasileiros atuavam na informalidade no mês passado. Esse número, no entanto, caiu entre a primeira e a última semana do mês, com redução de 870 mil vagas informais. O dado é considerado preocupante pelo diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, porque o trabalho informal costuma funcionar “como um colchão amortecedor para as pessoas que vão para a desocupação ou para a subutilização”.

Entre as 74,6 milhões de pessoas que estavam fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho) na última semana de maio, 23,7% gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho devido à pandemia ou por falta de oportunidade no local onde vivem.

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País tem 14,6 milhões afastados temporariamente do trabalho

Já entre as 84,4 milhões de pessoas ocupadas, na última semana do mês, 14,6 milhões estavam temporariamente afastadas do trabalho devido ao isolamento social ou férias coletivas, o que representava 17,2% do total de empregados. Da primeira para a quarta semana de maio, o número de trabalhadores afastados caiu 1,8 milhão.

A PNAD Covid-19 apontou ainda que 8,8 milhões das pessoas ocupadas trabalharam de forma remota na última semana de maio. Isso representa 13,2% da população ocupada e não afastada do trabalho em virtude da pandemia. Na primeira semana, o número de trabalhadores em regime de home office era de 8,6 milhões.

3,6 milhões de pessoas com sintomas procuraram atendimento

A pesquisa do IBGE também abordou o aparecimento de sintomas comuns em casos de covid-19 e busca por atendimento médico dos brasileiros durante a pandemia. Segundo a PNAD Covid-19, 3,6 milhões de pessoas com sintomas de covid-19 procuraram atendimento médico em unidades públicas e privadas de saúde na última semana de maio.

Segundo o levantamento, mais de 80% desses pacientes procuraram unidades da rede pública de Saúde. No total, 22,1 milhões de pessoas relataram ao menos um dos 12 sintomas mais comuns em gripes e que podem ocorrer em quadros de covid-19. No total, 10,2% da população relatou ter tido algum sintoma típico de estados gripais.

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O sintoma mais frequente apontado nas entrevistas da PNAD Covid19 foi a dor de cabeça, relatada por 10,2 milhões. Em seguida, apareceram nariz entupido ou escorrendo, citado por 8,3 milhões, tosse, estimada em 6,5 milhões e dor muscular, queixa de 5,9 milhões de pessoas.

Os números de pessoas com sintomas comuns de gripe na última semana de maio são inferiores aos da primeira semana do mesmo mês, quando a estimativa era de 26,8 milhões relatando sinais de gripe. A gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira, informou que essa redução pode ser efeito das medidas de distanciamento social no país.

“As medidas de isolamento fizeram com que pessoas acabem não se infectando, porque estão em suas casas. Por exemplo, quem tem filhos sabe que eles pegam gripe na creche e na escola, o que não ocorre com a suspensão das atividades”, explicou Maria Lucia, em material sobre a pesquisa divulgado pelo IBGE.

* Com informações da assessoria de imprensa do IBGE