A epidemia do novo coronavírus que já causou 106 mortes e infectou mais de 4,5 mil pessoas — a maioria na China — motiva uma série de cuidados em relação à contaminação no mundo inteiro. Não há ainda nenhum caso confirmado no Brasil e as suspeitas que ocorreram nas últimas semanas foram descartadas — inclusive a de duas pessoas de Videira, no Oeste catarinense, que haviam voltado de uma viagem à Tailândia.
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Em Santa Catarina toda a rede de saúde recebeu através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) uma série de orientações repassadas pelo Ministério da Saúde. Boletins com o panorama do vírus no mundo inteiro são atualizados e repassados pelo governo federal aos órgãos estaduais de saúde, e um modelo de atendimento foi padronizado.
O material que a rede pública de saúde segue aponta que podem ser considerados casos suspeitos do coronavírus os pacientes que apresentam sintomas como febre e/ou problemas respiratórios (tosse, dificuldade para respirar) e que nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas tenham histórico de viagem a alguma área com transmissão local do vírus ou contato próximo com algum paciente com caso confirmado da doença.

Nesses casos suspeitos, a orientação é que já seja feita a notificação ao Ministério da Saúde e a coleta de material para análise em laboratório. Caso o resultado seja inconclusivo o caso pode ser considerado "provável", mesmo sem a confirmação.
A orientação é também de que, em casos suspeitos, o paciente seja isolado e use máscara cirúrgica. Profissionais de saúde também devem passar a ter mais cuidado no contato com os pacientes.
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O atual relatório do Ministério da Saúde disponível para as equipes de saúde em Santa Catarina cita apenas duas áreas no mundo com risco de transmissão local: as províncias de Hubei e de Guangdong, na China. A cidade de Wuhan, onde a epidemia teria começado, fica na província de Hubei.

Atenção em portos e aeroportos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também emitiu alertas com orientações que estão sendo seguidas por portos e aeroportos em Santa Catarina. Nos portos a atenção é para as estruturas que recebem navios vindos da Ásia. No Complexo Portuário do Itajaí-Açu, que responde por 60% da movimentação portuária do Estado, a Anvisa está atenta para a chegada de navios asiáticos e para a identificação de pessoas com sintomas da doenças.
Já nos aeroportos, a Anvisa orientou as equipes com protocolos de segurança e pediu a intensificação dos procedimentos de limpeza e desinfecção nos terminais. Até o momento não há recomendação de restrições de viagem, segundo a Anvisa.
No Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, a administradora Floripa Airport já confirmou que vai fazer o reforço da campanha utilizando os monitores e também o sistema de som do aeroporto. A Anvisa vai distribuir um áudio com recomendações aos viajantes e pedindo cuidado em relação aos sintomas semelhantes aos da gripe.
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