No dia 12 de março, o cardiologista Theo Fernando Bub, 69 anos, apresentou os primeiros sintomas da Covid-19 e precisou ficar isolado em casa, na Capital. Após passar pelo teste ainda no início da pandemia, foi diagnosticado com a doença. Além de idoso, o profissional que atua em centros médicos da Grande Florianópolis é hipertenso, grupos considerados de risco para o novo coronavírus. Foi o momento de se cuidar para permitir que o próprio coração seguisse batendo.

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Sem apresentar sinais graves, o médico não foi até o hospital para fazer exames. Ele ficou em quarentena, e o resultado foi comunicado à Vigilância Sanitária estadual. Imunologistas acompanharam toda a evolução do caso, através de contatos por telefone. O médico-paciente usou apenas remédios para dores musculares, dor de cabeça e febre, além de ingerir bastante água.

O tempo de isolamento social já chegou ao fim. Agora, a espera é pela retomada do funcionamento das clínicas onde atua.

— O cardiopata tem que entrar na quarentena com os "dois pés", ficar isolado o máximo possível. Evitar contato na comunidade, lavar as mãos, usar álcool gel, além de usar a máscara. A de pano funciona como uma barreira mecânica, para barrar a maior carga viral que a gente possa receber. As medidas de higiene precisam ser sempre reforçadas — alertou o médico, em entrevista ao Notícia na Manhã desta segunda-feira (6), na CBN Diário.

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Segundo Bub, é fundamental entrar em contato com o cardiologista para tirar dúvidas sobre os cuidados a serem tomados nesses casos. Inclusive, não se deve suspender qualquer medicação sem ter conversado antes com o médico que a pessoa se consulta para tratar dos problemas cardíacos.

O coronavírus ataca as vias respiratórias. Quando cai o nível de oxigênio na corrente sanguínea, todo o aparelho cardiovascular entra em colapso, causando aumento na frequência cardíaca e redução na pressão arterial, além de outras alterações. Ainda segundo o médico, o comprometimento no coração pode causar complicações como miocardite (inflamação no músculo cardíaco).

— Os pacientes portadores de cardiopatias são mais vulneráveis a uma infecção viral agressiva. A inflamação sistêmica, no organismo inteiro, provocada pelo coronavírus pode atingir um grau avançado de inflamação, comprometendo o coração e os vasos sanguíneos — explicou o cardiologista.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou uma campanha de conscientização a profissionais de saúde e à população sobre as medidas preventivas e de combate à infecção. Segundo a entidade, a estimativa é de uma taxa de mortalidade pode chegar a 10,5% em pessoas com doenças cardiovasculares infectadas pelo coronavírus.

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Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, mais de 30% dos óbitos por Covid-19 no país foram de pessoas cardiopatas.

Ouça a entrevista com o Dr. Theo Fernando Bub com Mário Motta:

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