Apesar do aumento de 60,4% no número de casos do novo coronavírus em apenas uma semana (recorte de 6 a 13 deste mês), Blumenau registrou o primeiro dia sem pacientes internados na UTI por Covid-19 desde 30 de março. Conforme boletim divulgado pela prefeitura, o município tinha, até a noite desta quarta-feira (13), cinco pessoas hospitalizadas, porém todas em leitos de enfermaria.
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De acordo com um levantamento feito pelo Santa e que leva em conta os dados divulgados pela Secretaria Municipal de Promoção da Saúde, o pico de pacientes internados em UTIs com a Covid-19 ocorreu de 11 a 18 de abril (confira no gráfico abaixo). Nesse período, seis pessoas estiveram simultaneamente hospitalizadas em estado grave. Da segunda quinzena do mês passado em diante, o índice de ocupação dos leitos caiu gradativamente até chegar a zero nesta quarta.
Blumenau soma, segundo o governo do Estado, 356 casos do novo coronavírus e três mortes. A prefeitura, porém, contabiliza 438 ocorrências da Covid-19 — há testes represados na Secretaria de Estado da Saúde (SES) antes de serem confirmados pelo governo de Santa Catarina. Do número da prefeitura, 198 pessoas (45%) não apresentaram sintomas e são consideradas recuperadas.
"Testagem não deixa o gestor cego"
Outro dado que chama a atenção é de que no último boletim divulgado nenhum dos pacientes diagnosticados com a Covid-19 em Blumenau tinha mais de 60 anos. Na avaliação do secretário de Saúde, Winnetou Krambeck, o aumento na testagem contribui para que o município tenha a real noção do cenário da pandemia. Na cidade, dos 2.272 testes feitos desde março, 1.834 foram de 20 de abril a 13 de maio.
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— A testagem é fundamental porque não deixa o gestor público cego. Sabendo quem foi infectado, a gente vê o cenário, avalia cada caso, monitora, liga para a pessoa, cobra isolamento. O crescimento nos casos entre os idosos é muito menor, e isso impacta diretamente na internação hospitalar, já que não estamos disseminando o vírus na faixa etária mais complicada — aponta Krambeck.
Se for levado em conta o dado da SES, o índice de letalidade no município é de 0,84%. Já se considerarmos os números do Executivo blumenauense, esse percentual cai para 0,68% — bem abaixo de SC, que registra 3.828 casos e 73 mortes, letalidade de 1,91%.
"Pico achatado"
Para o médico infectologista Ricardo Freitas ainda é cedo para fazer uma análise minuciosa, mas esses números podem indicar um pico achatado (quanto a mortes) que deve se estender por mais algumas semanas. O especialista — que é contrário a uma quarentena mais restritiva — afirma que nesse contexto é possível alcançar uma “imunidade de rebanho”, o que impediria a propagação da doença:
O meu e o nosso objetivo [do poder público] sempre foi evitar mortes, não casos.
Por fim, o secretário de Saúde de Blumenau reforça que dados positivos em nenhum momento podem ser sinônimo de afrouxamento dos cuidados quanto ao novo coronavírus.
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— O jovem esquece que pode ser contaminado. Pode não ser grave, claro, mas acaba infectando pai, mãe, avô, pessoas imunologicamente debilitadas. Por isso é preciso ter muita consciência. Quando a gente vê dados positivos assim, a preocupação é manter o alerta para que não haja afrouxamento — finaliza Winnetou Krambeck.
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