O governo federal ainda avalia em qual cidade será feita a quarentena do grupo de cerca de 40 brasileiros que serão trazidos da região de Wuhan, na China, cidade considerada o epicentro do coronavírus.
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Em entrevista coletiva no fim da tarde desta segunda-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que as Forças Armadas ainda estão avaliando em que cidade será feito o isolamento desses brasileiros. As duas cidades cogitadas são Anápolis (GO) e Florianópolis. Apesar de a decisão ser do Ministério da Defesa, o ministro comentou as duas possibilidades apresentadas:
– Anápolis tem suas vantagens, tem uma base perto de Brasília, tem um hospital das Forças Armadas, possibilidade de deslocamento com sobrevoo se for necessário, mas é uma base muito ocupada, de muita intensidade. Florianópolis é uma base que está muito pouco ativada, teria mais tranquilidade para este tipo de situação. Mas em qualquer uma das duas, a gente vai trabalhar no limite para que não haja nenhum tipo de risco para a população – afirmou o ministro.
A decisão deve sair em uma medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro que está sendo elaborada.
O ministro antecipou que quem apresentar algum sintoma vai permanecer na China e disse que a quarentena dos brasileiros que retornarem ao país vai durar 18 dias – 14, que são o prazo normal recomendado, mais quatro dias de margem de segurança, segundo o ministro.
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Mandetta defendeu que a quarentena é necessária porque os brasileiros já estão em isolamento em Wuhan e, portanto, precisariam ser mantidos nessa condição ao serem retirados de lá para voltar ao Brasil. O ministro alerta que esse não é o caso de outras cidades da China, como Pequim, onde não há quarentena e as pessoas estão viajando livremente.
Além disso, Mandetta alertou que Wuhan é onde está 67% de todos os casos, o que exige uma atenção especial. Por fim, o ministro explica que como as pessoas são de vários Estados diferentes, manter o grupo junto até o fim do período de risco de transmissão do vírus seria uma forma de concentrá-los em um local e evitar que esse cenário precisasse ser controlado em diferentes Estados.
O ministro também explicou que as pessoas precisarão ficar em ambientes separados e que não necessariamente ficarão em ambiente hospitalar. Vale lembrar que os brasileiros não possuem o vírus nem são casos suspeitos, eles apenas estão na área da China que concentra o maior número de casos e, por enquanto, estão impedidos de retornar porque a cidade foi isolada pelo governo chinês.
Questionado se tem alguma preferência entre Anápolis e Florianópolis para fazer a quarentena, o ministro não foi taxativo.
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– Queremos o que seja mais seguro para essas pessoas e o mais seguro para a população de maneira geral. Vamos fazer as medidas de biossegurança, seja aqui, seja em Florianópolis, o ministério vai tomar todas as medidas necessárias. São Estados que, pelo perfil de seus governadores, de seus moradores, eu diria até que se sentirão até muito honrados de trazer, porque são brasileiros e sabem que poderia ser seu irmão, seu familiar. Faz parte da decisão a posição do governador do Estado – finalizou o ministro.
Brasil tem 14 casos suspeitos; dois em SC
O balanço desta segunda-feira mostra que o Brasil tem 14 casos suspeitos de coronavírus. No sábado, os números mostravam 16 casos em análise. O país até o momento não tem nenhum caso confirmado da doença.
Desses casos, três pacientes já tiveram resultado negativo para os exames feitos nos laboratórios centrais, que testam a existência de vírus locais, que já circulam no país, como o Influenza, um dos causadores da gripe.
Nesses casos, os pacientes esperam o diagnóstico de um exame feito no laboratório Fiocruz, no Rio de Janeiro, especificamente para avaliar a possibilidade de tratar-se de coronavírus. Nos outros 11 casos, os pacientes ainda esperam o resultado dos exames nos laboratórios centrais.
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Em Santa Catarina, o Estado permanece com dois casos suspeitos: um morador de Brusque, no Vale do Itajaí, e um morador de Rio do Sul, no Alto Vale. Em ambos os casos, os pacientes ainda esperam os resultados dos exames. Outros dois casos da doença já foram descartados no Estado.
Coronavírus no mundo
Os Estados Unidos já confirmaram 11 casos de coronavírus. As Filipinas confirmaram o primeiro óbito – um homem de 44 anos, natural de Wuhan, que viajou infectado. A China contabiliza, até a última atualização desta matéria, 17.493 casos da doença, com 362 óbitos e 536 pessoas que estiveram contaminadas e que não apresentam mais os sintomas do coronavírus.
Hua Chunying, porta-voz do ministério Chinês de Assuntos Internacionais, acusou o governo norte-americano de “não prover assistência substancial à China”, e de “espalhar medo e um mau exemplo” por ter instituído a suspensão total da entrada de viajantes chineses em território americano.
Em contrapartida, o Departamento de Estado norte-americano elevou o estado de emergência do coronavírus para nível 4 – o mais alto –, o que significa que a região de foco da doença, a cidade de Wuhan, na província de Hubei, deve ser absolutamente evitada por cidadãos americanos. Visitantes estrangeiros que estiveram na China nos últimos 14 dias também não terão a entrada aprovada em solo norte-americano.
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