O coronavírus é uma ameaça real. Mas também se tornou uma ameaça digital. O vírus que assusta a humanidade virou arma para a ação de hackers, ladrões e gente simplesmente interessada em promover desinformação, viralizar e, provavelmente, espalhar caos.
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O golpe mais comum é o phishing, quando os golpistas imitam a identidade de órgãos ou entidades oficiais e, assim, enganar mais vítimas. A ESET, empresa de segurança digital, mapeou ações na Colômbia, Espanha, China, Japão, Ucrânia, Itália e Brasil, e concluiu que o modo de operação é similar: os criminosos enviam mensagens fingindo ser de órgãos de saúde, com links, PDFs, vídeos ou DOCs em anexo, seja por e-mail ou WhatsApp. As vítimas clicam, instalam códigos maliciosos nos PCs ou smartphones e têm os dados pessoais comprometidos. Senhas, e-mails, mensagens e até mesmo o próprio WhatsApp podem ser perdidos.
Outra ameaça mapeada é o CovidLock, um ransomware que tenta atrair vítimas se disfarçando de aplicativo com mapa em tempo real de proliferação do coronavírus. Uma vez instalado, o app sequestra o celular e solicita pagamento em 48 horas para desbloquear os dados do smartphone.
O Hospital Israelita Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, também foi vítima de golpe cibernético. Quem procura, na internet, exames para o coronavírus, chega a um telefone falso do hospital. Os suspeitos, então, coletam os dados, vão até a casa fingindo serem profissionais de saúde, mas quando entram, anunciam o assalto.
De acordo com o hospital, os colaboradores do Einstein que aplicam vacinas em casa e fazem coleta domiciliar de exames, usam uniforme e crachá da instituição. “Se você pedir o serviço do ‘Einstein Até Você’, confira sempre a identificação da equipe. Não fazemos mais agendamentos por WhatsApp”, diz o comunicado.
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As gigantes de tecnologia Apple e Google anunciaram medidas para garantir a segurança dos usuários. A fabricante do iPhone adotou critérios mais severos para aprovar aplicativos relacionados ao coronavírus na App Store. Já a gigante de buscas e dona do Android atua forte no controle de informações, como a priorização de instituições de governo e ONGs reconhecidas nas buscas do Google e a desmonetização de vídeos do YouTube relacionados ao tema, contra as fake news.
“Recomendamos que os usuários sejam vigilantes. Se você receber um e-mail ou mensagem que inclua um link ou anexo usando o tema coronavírus, lembre-se de que pode ser uma farsa. É recomendável não baixar ou abrir o arquivo nem o link. A conscientização é um ponto-chave para tomar as medidas necessárias e, assim, proteger o equipamento e as informações contidas nele”, diz Camilo Gutiérrez, chefe do Laboratório de Pesquisa da ESET América Latina.
Dicas de segurança digital em época de coronavírus:
1 > Não clique em links de correntes no WhatsApp.
2 > Não abra anexos de e-mail não solicitados.
3 > Use somente aplicativos da loja oficial (e veja os reviews).
4 > Confira as informações de governo e órgãos de imprensa.
5 > Use (e mantenha atualizado) antivírus no celular e no PR.