Publicada nesta segunda-feira (6) pelo Governo Federal, uma portaria do MEC (Ministério da Educação) permite que as universidades federais do Brasil antecipem a formatura de alunos dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia e farmácia para ajudarem no combate ao coronavírus na rede pública de saúde. A decisão permite a formatura antecipada de quem está na fase final da graduação e já cumpriu 75% da carga horária prevista de internato médico ou estágio supervisionado. A portaria não cita a autorização para instituições particulares.

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Em Santa Catarina, a medida pode fazer com que cerca de 50 estudantes da fase final de Medicina da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) façam a colação de grau antes do esperado e passem a atuar no enfrentamento à Covid-19. Segundo a universidade, os alunos estão na 12ª fase da graduação em Medicina e tinham a formatura prevista para o dia 17 de julho. No entanto, várias questões sobre a antecipação da formatura ainda não foram esclarecidas pelo MEC.

– Não temos um número exato ainda de quantos alunos poderão fazer a antecipação, vamos ter que fazer a análise do currículo de todos eles para ver os que cumpriram 75% do internato médico. Deve ser em torno de 50, 55 alunos, só que alguns têm reprovações de fases anteriores, recursos em aberto, vamos ter que analisar. A reitoria, junto com os cursos de Medicina, Farmácia, Enfermagem e Fisioterapia, fez uma reunião na sexta-feira e continuamos em contato para definir as regras dessa colação antecipada – explicou o coordenador do curso de Medicina da UFSC, Aroldo Carvalho.

Com base na portaria, a solicitação deve ser voluntária dos alunos que têm interesse na antecipação. A autorização será especialmente para que eles trabalhem na rede pública durante a pandemia do novo coronavírus, e a carga-horária desse trabalho serviria para completar a graduação.

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O professor Aroldo Carvalho afirma que a UFSC vai manter contato com os estudantes para operacionalizar a medida, mas ainda aguarda explicações mais detalhadas do MEC sobre como vai funcionar a antecipação e também os registros temporários no Conselho Regional de Medicina (CRM). Médico infectologista, o coordenador do curso de Medicina avalia a medida de forma positiva:

– Acredito que ajudaria, se está se prevendo um cenário preocupante dentro das próximas semanas, com possível esgotamento dos serviços de saúde, inclusive com escassez de mão de obra. Esses profissionais poderiam auxiliar, tem vários tipos de atividades que eles poderiam contribuir. São profissionais qualificados, que estão a seis anos estudando medicina e têm vivência com atuação na área do curso, com práticas desde o início da graduação.