Das 907 mortes já confirmadas por coronavírus em Santa Catarina, 368 (40,5%) foram registradas nas últimas duas semanas, mostram dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

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Nos últimos 14 dias, o Estado teve as duas semanas com mais óbitos desde o início da pandemia. Foram 189 mortes pela doença entre domingo (19) e sábado (25), uma média de 27 mortes por dia. Na semana anterior, outras 179 pessoas tinham morrido pela doença.

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O professor Lúcio José Botelho, médico epidemiologista do Departamento de Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), avalia que neste momento a alta de mortes é um reflexo direto do aumento de infectados, mas considera que a letalidade da doença também pode aumentar caso o número de contaminados siga crescendo.

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— O número de mortes aumentou porque cresceu o número de casos. Se o número de pessoas infectadas seguir crescendo, nas próximas semanas poderemos ter um aumento ainda maior de óbitos. Esse é o futuro sombrio que se desenha — diz.

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O epidemiologista avalia que, nesse cenário, a mortalidade da Covid-19 passará a crescer em Santa Catarina também como um reflexo da pressão sobre o sistema de saúde.

— A nossa mortalidade vai crescer por dois motivos, um pela letalidade da própria doença, e outro porque vai haver menos condições de assistência de saúde. A tendência imediata é ter mais óbitos — comenta.

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Para o professor, as medidas restritivas adotadas neste momento pelo governo catarinense, que incluem a suspensão do transporte coletivo nas regiões onde a situação é mais grave, são insuficientes para conter o avanço do vírus.

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Santa Catarina soma 68,7 mil casos de coronavírus, de acordo com o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado neste domingo (26).

Nove regiões catarinenses estão em situação considerada de risco gravíssimo para a doença, conforme o Governo do Estado. A classificação leva em conta o aumento de casos, mortes e a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), além dos índices de isolamento social.

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