Depois de ver os rivais paulistas conquistarem sete Libertadores – e os brasileiros, mais oito troféus da Copa -, o Sport Club Corinthians Paulista entra para o seleto grupo de campeões do maior torneio do continente americano. Com uma vitória irreparável por 2 a 0 sobre o hexacampeão Boca Juniors, a equipe comandada por Tite conquistou de forma invicta, na noite desta quarta-feira, no Pacaembu, em São Paulo, o título da competição que disputou pela primeira vez há 35 anos.
Continua depois da publicidade
Emerson Sheik marcou os gols da vitória, aos oito e aos 27 minutos do tempo complementar, e “matou” o Boca, que, valente, tentou, mas pouco conseguiu produzir durante toda a partida. Tite, sem dúvidas, se consagra como treinador e como chefe de uma equipe que tem nele próprio, o técnico, a maior estrela. O coletivo se sobressaiu.
Primeiro tempo
Equilibrado, amarrado e faltoso. Se a etapa inicial pudesse ser resumida, essas três palavras fariam bem o serviço. Corinthians e Boca protagonizaram um primeiro tempo de muita briga e quase nenhuma chance de gol. A melhor delas, talvez, em uma falta cobrada por Alex, perto da grande área, que pegou na barreira.
Continua depois da publicidade
Logo aos quatro minutos, o atacante do Boca Mouche e o zagueiro corintiano Chicão receberam cartão amarelo após pequena confusão.
Seguro, o Boca começou melhor. Tocando a bola com consistência e buscando as tabelas pelas pontas – em jogadas que sempre começavam ou passavam pelo pé direito de Riquelme. Na defesa, duas linhas de quatro jogadores resguardavam o meio que tinha o craque do time à frente, tentando assistir a Mouche e Santiago Silva.
O time argentino tentou alguns lances, teve dois impedimentos de Silva corretamente marcados, mas não chegou com perigo, a não ser em três escanteios cobrados pelo próprio Riquelme.
Continua depois da publicidade
Atento, Tite corrigiu o posicionamento de Ralf e Paulinho. Os volantes jogavam abertos, próximos a Alex e Danilo, o que proporcionava domínio amplo da segunda bola por parte do Boca Juniors.
A primeira boa chance corintiana surgiu dos pés de Emerson Sheik, aos 16 minutos. Na ponta direita, ele cortou dois marcadores e entrou na grande área. Ledesma e Schiavi dividiram com o goleiro Orión. Na ocasião, Ledesma chocou o bico da chuteira direita no joelho também direito do arqueiro argentino.
Aos 25, a segunda boa chance do Corinthians. O volante Paulinho passou para Fábio Santos, que tentou o arranque em direção à área, pelo meio, mas foi derrubado. A falta frontal demorou para ser cobrada porque o goleiro do Boca, Orión, sentiu dores devido à dividida com o lateral Sosa, minutos antes. Alex partiu e bateu na barreira.
Continua depois da publicidade
Orión não resistiu e deixou o gramado aos 32 minutos. Aos prantos, foi substituído por Sebastián Sosa. No banco, abraçou-se ao técnico Falcioni e seguiu chorando, lamentando a ausência na finalíssima.
Aos 37 minutos, Sheik arrancou do meio para a ponta, em contra-ataque. Puxou para o canto e bateu cruzado. A bola atravessou a área e Clemente Rodríguez afastou para escanteio. Dois minutos mais tarde, Alex arriscou o chute da intermediária. Sem perigo para Sosa. Sem gols para o público.
Segundo tempo
O segundo tempo começou praticamente igual ao primeiro. Exceto pelo gol de Emerson Sheik logo aos oito minutos. Schiavi havia cometido falta em Danilo na meia esquerda. Depois da cobrança, o Corinthians conseguiu outra falta, desta vez no lado direito. Alex levantou, Jorge Henrique desviou, a bola ficou pingando e, após dividida entre dois zagueiros do Boca, sobrou para Danilo, que, com o lado do pé, passou para Sheik. Ele dominou no peito e fuzilou no meio do gol: 1 a 0.
Continua depois da publicidade
A entrada de um atacante, Cvitanich, no lugar de um volante, Ledesma, pouco alterou o panorama da partida. Tocando a bola e se defendendo com afinco, povoando o meio, o Corinthians soube a hora de matar o jogo: aos 27, Schiavi tocou para o lado, tentando achar Caruzzo. Mas Sheik interceptou e partiu livre para o ataque. Ele invadiu a área e tocou na saída de Sosa: 2 a 0.
A partir daí, a equipe paulista foi inteligente. Segurou a posse no campo ofensivo e deixou o Boca, atônito, atacar sem contundência. Acuado, o time argentino tentou segurar o ímpeto dos contra-ataques corintianos – sempre perigosos, puxados por Sheik, Alex e Danilo.
Não havia tempo e nem futebol – principalmente por parte do Boca – para mais nada. O apito final de Wilmar Roldan deu início a uma festa sem precedentes, que vai parar São Paulo e boa parte do Brasil. Trinta milhões de corintianos comemoram um título inédito e que dá passagem para outro seleto grupo: os dos clubes que disputarão o Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão.
Continua depois da publicidade
FICHA TÉCNICA
Final da Libertadores da América
Estádio do Pacaembu, em São Paulo, 4 de julho de 2012
Corinthians – 2
Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Jorge Henrique e Emerson. Técnico: Tite.
Boca Juniors – 0
Orión (Sebastián Sosa); Sosa, Schiavi, Caruzzo e Clemente Rodríguez; Ledesma (Cvitanich), Somoza, Erviti e Riquelme; Mouche (Viatri) e Santiago Silva. Técnico: Julio Falcioni.
Gols: Emerson Sheik (Corinthians, 8′ e 27’/2º T);
Arbitragem: Wilmar Roldan (Colômbia), que será auxiliado por Abraham Gonzalez e Humberto Clavijo
Cartões amarelos: Mouche, Schiavi, Caruzzo e Santiago Silva (Boca Juniors); Chicão, Jorge Henrique, Leandro Castán (Corinthians)
Continua depois da publicidade
Cartões vermelhos: –