Um aplicativo do console Xbox – considerado inofensivo e capaz de detectar os movimentos – virou uma arma da Coreia do Sul para vigiar a fronteira com a vizinha Coreia do Norte, a última da Guerra Fria.

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O programa Kinect da Microsoft, concebido com tecnologias desenvolvidas pela empresa israelense PrimeSense, foi adaptado por um programador para reforçar a zona desmilitarizada. Esta faixa de 248 quilômetros de comprimento e quatro quilômetros de largura separa em duas a península coreana desde o fim da guerra da Coreia (1950-1953), que tecnicamente prossegue, já que os países não assinaram um tratado de paz.

Apesar do terreno estar repleto de minas, no local proliferam a fauna e a flora, assim como espécies endêmicas raras que vivem entre as espessas barreiras de alambrados. A fama das cercas como algo impenetrável foi colocada em dúvida em 2012, quando um refugiado norte-coreano superou a barreira.

O exército sul-coreano comprou o programa criado por Ko Jae-Kwan, proprietário da empresa Saewan Co., porque permite diferenciar os deslocamentos humanos dos animais.

– Os sensores que eram usados na fronteira eram muito eficazes, mas não permitiam distinguir um homem de um aninam – explicou à AFP.

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Os novos detectores foram instalados em alguns setores da zona desmilitarizada a partir de agosto de 2013. Uma fonte do ministério da Defesa confirmou a existência do dispositivo, mas se recusou a divulgar mais detalhes por “razões de segurança”.