A Coreia do Sul ficou parcialmente paralisada nesta quinta-feira, ao adotar medidas como a breve suspensão de decolagens e aterrissagens em todos os aeroportos, para não desconcentrar seus alunos no período de provas de ingresso às universidades.
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As provas, muito exigentes e competitivas, são o ponto máximo da escolaridade para os alunos. Seus pais gastam muitas vezes fortunas para prepará-los da melhor forma possível para os testes que podem abrir as portas dos mais famosos campi do país, garantia de um bom futuro profissional, até mesmo de um bom casamento.
A cada ano o país adota medidas para não atrapalhar os mais de 630.000 alunos. Entre elas está a suspensão de pousos e decolagens no dia da principal prova de compreensão oral em idiomas.
Todos os serviços públicos, lojas e a bolsa abriram uma hora mais tarde para limitar os engarrafamentos e permitir aos alunos chegar na hora para o início das provas, prevista para as 08h40 locais. Quem ficar preso no trânsito pode ligar para o 112 e receber ajuda de motoristas e carros da polícia.
Esta quinta-feira foi um dia especial para os alunos da escola Danwon de Ansan, próxima a Seul.
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Em abril de 2014, 325 jovens alunos estavam a bordo do ferry Sewol, que naufragou na costa meridional do país, possivelmente por excesso de passageiros.
O naufrágio deixou 304 mortos, entre eles 250 alunos e 10 professores dessa escola, que faziam uma viagem escolar. A maioria dos sobreviventes fará os exames este ano e recebeu algumas vantagens, mas a maioria recusou.
“Não querem um favor”, disse Park Yoon-Soo, de 44 anos. Sua filha sofre de culpa por ter sobrevivido e já tentou se matar.
Todos os anos, os exames reativam o debate sobre a obsessão sul-coreana com o sucesso escolar e as vantagens e desvantagens de um sistema educacional muitas vezes considerado no exterior um modelo de meritocracia.
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Segundo números do ministério da Educação, os sul-coreanos gastaram 19 bilhões de wons (16 bilhões de dólares) em 2013 em aulas particulares e cursos noturnos para seus filhos, o equivalente a 1,5% do PIB do país.
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