A Coreia do Sul liberou a exportação de carne suína para três plantas frigoríficas de Santa Catarina: Aurora de Chapecó, BRF de Campos Novos e Pamplona de Presidente Getúlio. A informação foi divulgada nesta sexta-feira pela Associação Brasileira de Proteína Animal, com base em lista publicada pela Agência de Inspeção Sanitária e Quarentena da Coreia do Sul. Santa Catarina é o único Estado brasileiro a abrir este mercado, em virtude do certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação. Uma missão coreana esteve no início do ano visitando as unidades.
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De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Ricardo Gouvêa, a partir de agora as empresas estão liberadas para negociar a venda.
– Com a habilitação das plantas começam as tratativas com os compradores coreanos e é possível que os embarques iniciem ainda neste ano. Claro que no começo serão volumes pequenos, até que o nosso produto ganhe a confiança do consumidor – explicou Gouvêa.
Ele espera que outras plantas possam ser habilitadas na sequência.
O vice-presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou que o mercado coreano é o quarto maior importador do mundo, com 650 mil toneladas em 2016.
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O presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieiri, disse que há dez anos, desde que Santa Catarina obteve o Certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação, negocia a abertura do mercado coreano. Foram várias missões do governo do Estado e do governo federal para aproximar as negociações.
Barbieri disse que o setor estava confiante e aguardava essa liberação.
– Já era algo esperado e que veio num momento de aumento das exportações. Em volume ele não deve representar grande quantidade, pois o processo é moroso, como o do Japão, mas é um mercado de produtos de alto valor agregado e o último mercado que Santa Catarina queria abrir – afirmou Barbieri.
A exportação para o Japão foi de 2,2 mil toneladas em 2016 e 1,8 mil tonelada em 2017. Há uma exigência de cortes diferenciados e com teor de gordura mais alto do que é produzido.
Barbieri disse que o bom momento nas exportações vai atrair mais investimentos na produção. O secretário de Agricultura, Moarcir Sopelsa, comemorou a notícia tanto quanto a chuva que chegou ao Estado.
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– Isso é muito importante, foram anos buscando essa abertura. Isso representa aumento da produção, mais investimento, mais mão-de-obra e mais recursos girando – destacou o secretário.
A meta inicial de Santa Catarina sempre foi buscar uma fatia de 30 mil toneladas do mercado coreano, o que poderia incrementar as exportações de Santa Catarina em 15%.
No ano passado, Santa Catarina exportou 274 mil toneladas, totalizando US$ 555 milhões. Neste ano Santa Catarina exportou US$ 421 milhões de janeiro a agosto, o que representa um acréscimo de 33% em relação ao mesmo período do ano passado e 41,9% dos embarques do país. Somente em agosto foram 62 mil toneladas, recorde num mês. O secretário Moacir Sopelsa acredita que também será batido o recorde de exportação no ano.
Recentemente foi noticiada a abertura do mercado peruano. No entanto o volume não é significativo e não deve ter impacto significativo para Santa Catarina.
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